Um dos grandes aliados de Pelé no ataque do Santos e também no elenco campeão mundial de 1970, antigo avançado Edu falou com o O JOGO numa altura que passam 42 anos da eleição de Atleta do Século pelo L'Equipe
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Pelé morreu no final de 2022...numa despedida do mundo dos mortais que será eternamente chorada. O rei do futebol, figura com expressão máxima no que foi uma paixão internacional pela modalidade...era eleito em 1980 e premiado a 15 de maio de 1981 com o nomeação de atleta do século pelo jornal L'Equipe.
Conviveria com este tipo de distinções em toda a carreira, por um legado impressionante com que assinalou a passagem pela seleção do Brasil, três vezes campeão do mundo em 1958, 1962 e 1970, e pelo Santos, fazendo do Peixe a melhor equipa do planeta. Entre muitos parceiros de Pelé, há a primeira fornada onde estava Coutinho ou Mengálvio, mas há também aqueles que surgiram mais tarde e acompanharam o rei nesse trajeto digno de endeusamento.
Como o atacante Edu, bem mais novo, hoje com 73 anos, que entrou na primeira equipa do Santos com 16 anos e, nesse mesmo ano, figurava já nos convocados do escrete para o Mundial de 1966. Outro colossal talento da poderosa equipa santista. Falou com o O Jogo sobre o amigo de quem se despediu a 29 dezembro de 2002.
"Jamais alguém se irá igualar a Pelé. Podia dizer muita coisa mas ele foi tricampeão mundial. Vemos vários jogadores muito bons mas não haverá um a chegar perto do que foi Pelé. Por isso o mundo ficou chocado com a sua morte. Com ele o futebol mudou", descreve Edu, que esteve em três Mundiais e festejou o título em 1970.
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"Nesses anos todos de Santos e seleção o que mais me impressionou foi a genialidade e a humildade. Tratava todos da mesma forma, nunca houve dele presunção ou discriminação. Tinha todo um comportamento digno de rei.", elogia Edu, que esteve em campo com Pelé em 144 ocasiões, abraçando infindáveis títulos.
"Para quem ama o futebol arte, espetáculo e romântico, a perda foi gigante. Como foi ruim quando deixou de jogar", recorda Edú.
"Todas as gerações sabem quem foi Pelé. Ele não foi qualquer fenómeno mediático, foi algo que passou boca a boca, quem jogava contra percebia a natureza especial. Messi foi e é brilhante, mas não comparável", explica.
As histórias são imensas, foi um privilégio uma alegria jogar a seu lado. Pelé contagiava todos também pela humildade. Através dele cheguei ao Santos, tinha 15 anos, aos 16 disputava uma Copa do Mundo. Muitos gostariam de ter estado lá, estive eu!", congratula-se Edu, rebobinando golos lendários do rei.
"O golo mais bonito que vi Pelé fazer foi contra a Itália na Suécia, de cabeça, um golo importantíssimo. Também marca um grande golo ao Benfica em Nova Iorque. Era o meu primeiro jogo pelo Santos. Também me recordo de um golo do meio-campo, eu dei a saída e ele chutou, apanhando o defesa e o guarda-redes. Não chega um dia para escolher os golos especiais de Pelé", conclui.
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