O chefe de Estado falou numa aula de debate para cerca de 400 alunos da Escola Básica e Secundária de Ourém, no distrito de Santarém, onde assegurou estar "sempre ao lado das seleções portuguesas, nos bons e nos maus momentos".
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O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que os portugueses devem ter memória ao comentar a prestação da Seleção Nacional no Mundial do Catar, afirmando estar sempre ao lado das equipas nacionais "nos bons e nos maus momentos".
"Acho que nós devemos ter memória - algo que há cada vez menos. A pandemia descompensou as pessoas e puxou pelo emocional, às vezes o irracional, e não pelo racional. As pessoas gostam ou não gostam, de repente (...). As pessoas gostam e desgostam a um ritmo muito acelerado", considerou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava numa aula de debate para cerca de 400 alunos da Escola Básica e Secundária de Ourém, no distrito de Santarém, onde assegurou estar "sempre ao lado das seleções portuguesas, nos bons e nos maus momentos".
"Recebo-os antes, recebo-os depois, acompanho, torço, nomeadamente nas fases finais e acho que deve ser assim", adiantou, para depois admitir que cada português tem "o direito" a ter as suas preferências e opiniões.
"Mas temos de ter memória, Portugal, com um número de jogadores relativamente inferior a outras sociedades, conseguiu no futebol, nas últimas décadas, uma importância desproporcional ao número de praticantes", realçou.
Segundo o Presidente da República, este sucesso "vem na sequência de uma aposta, ganha, que começou nos escalões jovens".
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"E tivemos uns sucessos consecutivos, inesperados, muitos, mas consecutivos, tivemos meias-finais, finais, depois ganhámos o Europeu e a Liga das Nações e a fasquia ficou muito elevada", reconheceu.
Antes, admitiu que "as expectativas são muito elevadas. Quando se chegou muito alto, espera-se e bem, manter-se muito alto e deve lutar-se por muito alto", mas este é o "momento de dizer obrigado".
Sem nunca referir nomes e admitindo que o afastamento nos quartos de final foi "mais doloroso" para os jogadores que poderão não voltar a disputar um Campeonato do Mundo, o Presidente da República assumiu tristeza pelo resultado, mas também "com outras coisas que correm mal na vida portuguesa".
"Há coisas mais graves na vida do que perder nos quartos de final de um Campeonato do Mundo. É mais grave a situação dos que possam sofrer com inundações, cheias, é mais grave os que possam ter morrido com uma pandemia, é mais grave os que empobrecem com uma crise económica e social", acrescentou, ambicionando "outras vitórias", como no "crescimento económico, no emprego".
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