Mourinho e os 60 anos: "Às vezes, acordo com dores, mas não trocaria pelos meus 30"
José Mourinho, treinador da Roma, participou esta sexta-feira numa conferência na Pontifícia Universidade Gregoriana, uma universidade da Igreja Católica em Roma.
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Sobre a Roma: "A forma mais fácil de definir um clube de topo é dizer que eles venceram muito. No entanto, existem clubes de topo que nunca venceram, mas que são grandes em termos de adeptos e no impacto que produzem nas redes sociais. A Roma tem essa beleza particular, que é ainda mais extraordinário quando a Imprensa local tenta dividir-nos."
Os adeptos da Roma: "Eu é que deveria agradecer aos adeptos por tudo aquilo que me deram. Em termos sociais, as pessoas precisam de ter uma referência, que não sou eu, mas o clube. Essa empatia, esse sentimento de pertença, de família, é isso que gosto aqui. Na Roma existe o sentimento de 'estamos felizes se vencermos; se perdermos, ficamos tristes, mas, ao menos, estamos juntos'. Isso só acontece nas famílias."
Já comemorou o 60.º aniversário: "A única coisa de que não gosto nos meus 60 anos é que, fisicamente, estou um pouco menos forte. Às vezes, acordo com dores. Por vezes, depois de treinar, é preciso ir para a cama, porque já estou um pouco mais cansado. Mas esquecendo estas coisas que acontecem a toda a gente, eu não trocaria pelo José Mourinho de 50, 40 e 30 anos."
Desporto de alto rendimento: "Os primeiros a conduzir os filhos para a crueldade do desporto de alto rendimento são os pais com as suas ambições. Na formação aprende-se muito, aprende-se mais do que na própria casa. A beleza de treinar futebol é a empatia, a solidariedade e envolve pesquisar a alegria de vencer e saber que quando se perde, a derrota não é o começo de um período difícil, mas o fim de um momento difícil."
Sobre o Papa Francisco: "Ele é um de nós. Não queria que pensassem que é uma falta de respeito, mas é uma expressão: ele é um de nós. Muitas vezes ando pela Praça de São Pedro e acho que ele pode cumprimentar-me da janela. Nunca o encontrei pessoalmente, mas se um dia tivesse de fazê-lo, acho que a minha reação seria de querer um abraço dele. Não posso vê-lo apenas como Sua Santidade, porque para mim ele é tão próximo, normal, ele é um de nós na maneira de falar, todos o entendem perfeitamente. Ele é um avô."
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