Treinador do Manchester City defende que não tem mais do que um por cento de probabilidades de passar esta eliminatória em Madrid
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Um dos grandes (e crónicos) candidatos à vitória final ficará hoje pelo caminho, no segundo “round” de um embate que se está a tornar num verdadeiro clássico da prova. Na antevisão, os dois treinadores adotaram estratégias distintas com o mesmo propósito: ganhar vantagem (comunicacional) para o jogo que irá desempatar as contas entre Real Madrid e Manchester City nos últimos cinco anos.
Desde 2020, merengues e cityzens defrontaram-se em quatro edições, com o registo a estar o mais equilibrado possível: dois apuramentos para cada lado.
Na primeira volta, Haaland colocou o City em vantagem por duas ocasiões. Uma reviravolta ao melhor estilo do bicho-papão da Champions, com dois golos apontados nos últimos minutos (acabou 3-2), acabaria por devolver o favoritismo ao Real para a segunda mão - pelo menos, essa é a convicção de Pep Guardiola.
“Toda a gente sabe quais são as hipóteses de ganhar no Estádio Santiago Bernabéu nesta posição em que nos encontramos… A percentagem de hipóteses de nos qualificarmos, nem sei se chega a um por cento, mas é mínima”, atirou o técnico catalão.
Carlo Ancelotti, porém, mostrou desconfiança em relação às palavras do colega de profissão: “Vou-lhe perguntar antes do jogo, mas ele não pensa realmente isso. Acha que tem mais, assim como nós achamos que não temos os 99 por cento. Pensamos, sim, que temos uma pequena vantagem. Devemos aproveitá-la e fazer o mesmo jogo que fizemos na primeira mão. Correu bem”.
Valverde é opção mesmo tocado
Carlo Ancelotti recebeu três boas notícias antes da elaboração da convocatória: Lucas Vázquez, Rudiger e Alaba recuperaram de lesão e podem ser opção para a “final” de hoje. Apesar de tocado, Valverde, o mais utilizado dos merengues nesta temporada (40 jogos, com oito golos e cinco assistências), irá a jogo, o mesmo acontecendo com Haaland, Rúben Dias e Aké no City.
Juventus não vai jogar para o empate
As palavras de Thiago Motta não deixam margem para dúvidas: depois do triunfo na primeira mão por 2-1, a visita da Juventus a casa do PSV Eindhoven será o “jogo mais importante” da época para o emblema de Turim. “Teremos de fazer um jogo completo. Já vimos que eles são uma equipa do mais alto nível, por isso teremos de elevar todos os aspetos do nosso jogo”, salientou Motta, deixando uma ressalva: a Juventus “nunca joga para empatar”.
A Vecchia Signora chega aos Países Baixos com vantagem de um golo, mercê do triunfo por 2-1 em Turim na primeira mão, com o golo decisivo a surgir já ao minuto 81 após trabalho de Francisco Conceição pela direita. O extremo luso, que no fim de semana resolveu o clássico ante o Inter (1-0), no qual foi titular, deverá hoje retomar a condição de suplente, ao contrário de Renato Veiga, de pedra e cal no centro da defesa.
Do lado do PSV, todavia, a esperança reina, e o histórico dá um empurrão: o conjunto de Eindhoven já deu a volta após um resultado negativo na primeira mão em três ocasiões e não perde em casa há 12 jogos nas competições europeias. “Vai ser um jogo completamente diferente porque temos de ganhar, e com diferença de golos. E jogamos em casa, com 35 mil pessoas atrás de nós. Espero que seja uma noite de Liga dos Campeões verdadeiramente memorável”, anteviu Peter Bosz.
Brest quer devolver a “tareia” ao PSG
A vitória por claros 3-0 em Brest pode dar a sensação de eliminatória resolvida, mas o treinador do PSG deixou o alerta. “Esse resultado é uma armadilha”, realçou Luis Enrique, dando o exemplo dos quartos de final de 2016/17, quando o “seu” Barcelona perdeu por 4-0 em Paris e ganharia depois por incríveis 6-1 no Camp Nou.
Éric Roy, por seu lado, lembrou um caso semelhante… na sua própria carreira. “Estava a perder 4-0 ao intervalo e acabei a ganhar 5-4 [Marselha-Montpellier]. Ainda há 90 minutos por jogar”, declarou o treinador do conjunto da Bretanha.