Messi, Modric e a rivalidade que vem de longe: só há lugar para um mago na final
Argentina e Croácia jogam por um lugar na final do Mundial a partir das 19h00 desta terça-feira.
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A 1 de Março de 2006, em Basileia (Suíça), um duelo de preparação para o Mundial da Alemanha entre Croácia e Argentina, ganho pelos croatas (3-2), ficaria marcado na história das duas seleções sem que nada o fizesse prever.
Na Croácia, um tal de Luka Modric, de 20 anos e a jogar no Dínamo de Zagreb, surgia em estreia absoluta e logo no onze inicial envergando a camisola número 14; na Argentina, um menino de 18 anos chamado Lionel Messi, a dar os primeiros passos no Barcelona, marcava o seu primeiro golo pela seleção à sexta internacionalização e com o 19 nas costas.
Dezasseis anos volvidos, é impossível fugir à evidência: além de capitães, os dois magos, que já conquistaram tudo o que havia para conquistar a nível de clubes (e de forma repetida), são as maiores figuras das respetivas seleções. Messi, aos 35 anos e feliz como nunca se viu em representação da Argentina, já soma quatro golos e duas assistências neste Mundial (está na luta por conquistar ambas as distinções), enquanto Modric, de 37, vai pautando dentro do campo todo o jogo croata, num futebol-arte que vai muito além da frieza dos números.
Ao longo da sua carreira, os cérebros de Argentina e Croácia defrontaram-se em 26 ocasiões, na esmagadora maioria em duelos Barcelona-Real Madrid - a exceção são dois embates de seleções e os oitavos de final da Liga dos Campeões da última temporada, na qual os merengues afastaram o PSG (vitória por 3-1 em Madrid, depois da derrota por 1-0 em Paris). Contas feitas, Modric leva ligeira vantagem: 12 vitórias contra nove de Messi (mais cinco empates).
Há quatro anos, de resto, Argentina e Croácia também se encontraram no Mundial, ainda que logo na fase de grupos, tal como já havia acontecido em 1998, em França (1-0 para os argentinos). Na Rússia, os croatas levaram a melhor de forma clara, vencendo por 3-0 e deixando a Argentina com a corda na garganta - acabaria por derrotar a Nigéria no último suspiro na terceira jornada para seguir em frente, caindo depois nos oitavos de final ante a França após um incrível 4-3. Já a Croácia foi até ao jogo decisivo, perdendo com os gauleses por 4-2.
Dos onzes iniciais que se apresentaram em campo nessa tarde de 21 de Junho de 2018, apenas sete jogadores deverão começar a partida desta noite: Otamendi, Tagliafico (que substituirá Acuña, também titular nessa partida mas que irá cumprir castigo) e Messi na Argentina; Lovren, Brozovic, Modric e Perisic na Croácia.
O saldo global de confrontos, na verdade, não podia estar mais equilibrado: cinco jogos, duas vitórias para cada lado e apenas um empate, logo no primeiro encontro entre as duas seleções, num particular realizado a 4 de Junho de 1994 (0-0). Hoje é o dia de desequilibrar a balança e ver quem ficará mais perto de ser feliz na "Última Dança" dos camisolas 10 em Mundiais: Modric ou Messi.
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