
Marco Silva
AFP
Marco Silva, treinador do Fulham, deu uma entrevista no programa "Moment In Time", emitido pela televisão britânica Sky Sports
Antes de treinar o Estoril, foi diretor-desportivo do clube, na época seguinte a terminar a carreira de futebolista: "Ainda como jogador, a administração e o presidente falaram comigo sobre o futuro, o clube queria que eu estivesse na estrutura. É um clube especial para mim, vai ser sempre e as pessoas que lideravam o clube sentiam que eu podia ajudar de uma forma diferente. O presidente disse-me: 'este é o orçamento, temos de usá-lo bem e temos de subir de divisão'. Passei a lidar com agentes, jogadores, Federação... Estás numa posição em que és o responsável direto, ao lado do presidente. Foi um período curto, de cinco ou seis meses, mas foi agradável e desafiante, entusiasmante. Não era o treinador, mas eu peguei nesse trabalho no fim de uma época para preparar imediatamente a outra, provavelmente a altura mais ocupada para um diretor desportivo - junho e julho - e foi um bom período. Fez-me sentir e ver a outra parte do futebol e foi bom. Foi uma experiência, mesmo não tendo sido um longo período, mas penso que foi mais do que suficiente. Depois, podes continuar nessa direção se quiseres, mas não era o meu objetivo ser diretor desportivo. Eu preparei-me para ser treinador. Mas claro que fiquei orgulhoso com esse convite da administração e o projeto que me colocaram, era uma posição importante no clube."
O convite para ser treinador do Estoril: "Disse diretamente que não, que pensava que não era justo ou a coisa certa a fazer. Da segunda vez, disse não outra vez. E eles colocaram o projeto por completo: 'Se não fores tu, vais ficar exatamente como estamos agora, com o pessoal que temos, vais ser o adjunto, porque o proprietário não quer dar-nos orçamento para ir buscar outro treinador'. E acabei por aceitar. Foi uma decisão difícil, provavelmente uma das mais difíceis nesse momento, mas fi-lo porque acreditava nos jogadores, a confiança estava lá e sabia que não tínhamos muitas soluções distintas que me fizessem, como diretor desportivo, sentir confortável e assumi a equipa técnica."
A estreia como treinador do Estoril, com uma derrota por 3-1 em Penafiel, para a II Liga 2011/12: "Foi um domingo de manhã, lembro-me do jogo, perdemos e, pior do que perder, foi a forma como perdemos com três expulsões. Não foi a melhor sensação na minha estreia como treinador. Mas, depois, houve paragem das seleções, foi altura de reagrupar, passar informação e começar a passar ideias. Depois disso, foi uma época incrível e depois conseguimos o título e a subida."
Depois da estreia, na II Liga, fez duas temporadas com o Estoril na I Liga e ficou em 5.º lugar no primeiro ano e em 4.º no segundo, saindo depois para o Sporting: "Acho que todos nós, aquilo que podemos partilhar no nosso trabalho, a emoção... Significa tudo, é o mais importante. As coisas à nossa volta podem ser boas ou más, mas nós temos de ser muito próximos, temos de estar sempre juntos. Claro que a passagem pelo Fulham está a ser especial também. E se este tipo de emoções se for fortalecendo, vamos ganhar jogos."

