Marcelo Rebelo de Sousa: "O Catar não respeita os direitos humanos, é criticável"
Declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, após o triunfo de Portugal sobre a Nigéria (4-0) no último jogo de preparação antes do Mundial
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O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presenciou o último jogo de preparação de Portugal antes da viagem para o Catar para participar no Mundial, e deixou duras críticas ao país organizador.
"Gostei. Será um campeonato muito difícil. Parece que não, nunca jogámos nesta altura do ano, em condições muito difíceis num país também ele muito difícil, desde a construção dos estádios até aos direitos humanos. O Catar não respeita os direitos humanos e aquilo, a construção dos estádios, etc, é tudo muito discutível. Não é discutível, é criticável... Mas esqueçamos isso, concentremo-nos na equipa. Começámos muito bem e terminámos em chão. A equipa está engrenada. Foi mais fácil a primeira do que a segunda parte mas o fundamental é estarmos à altura em competência técnica e em espírito de equipa. Disse-lhes que têm de pensar muito bem e estar em grande motivação, cada desafio vai ser uma final. Para a semana lá estarei. Acredito [na conquista do Mundial] mas é muito, muito difícil", começou por dizer, em declarações à RTP.
Questionado sobre o momento conturbado que Ronaldo atravessa, atirou: "Não, o Cristiano Ronaldo é um grande jogador, todos são grandes jogadores e são todos imprescindíveis. Conseguimos jogar bem com ele e sem ele, com outros... Viu que na segunda parte houve grandes mudanças, mas no fim engrenou. Há quatro, cinco ou seis peças em grande forma, a subir após um período muito cansativo. Não é uma tarefa fácil, mas é uma tarefa possível. Podem estar à altura das circunstâncias, vamos esperar que sim."
A finalizar, abordou questões extradesportivas, como a bala que recebeu por correio e as mensagens de ódios de polícias: "Não vou mudar nada, nada, nada. Vou agora sair a pé e jantar aqui ao lado com um grupo de amigos. Não tenho pistas sobre isso. As pessoas acham que sou milionário, não sou, onde é que teria um milhão para pagar? Quantoàs mensagens de ódio de polícias, está a ser investigado. Uma matéria tão sensível e delicada como essa tem de ser investigada. Há coisas que não se podem admitir numa democracia, não pode haver comportamentos xenófobos e racistas ou discrimatórios."
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