Mãe da nova coqueluche do Real Madrid admite avançar para os tribunais caso o campeão francês se recuse a pagar os bónus e salários pendentes ao jogador
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Um dia depois da apresentação de Kylian Mbappé como novo jogador do Real Madrid, Fayza Lamari, mãe do avançado francês, concedeu uma entrevista ao jornal Le Parisien, admitindo ter ficado emocionada quando o filho subiu ao relvado do estádio Santiago Bernabéu.
“As lágrimas começaram a cair pela manhã, não sei porquê, talvez estivesse cansada”, começou por dizer, revelando depois a primeira vez em que Mbappé lhe falou sobre o seu sonho de jogar no atual campeão europeu e espanhol: “Tinha cinco anos, pensei que ele estava louco. Todos os seus ídolos estavam lá e ele queria imitá-los”.
Questionada sobre se Mbappé se arrepende de não ter reforçado o Real Madrid em 2022, antes de renovar com o PSG, Fayza disse que não: “Quando se nasce em Paris e se cresce em Bondy, jogar no Parque dos Príncipes é todo um acontecimento. Kylian nunca mentiu, sempre disse ao presidente que um dia iria para o Real Madrid. Mas tirando o Real madrid, ele nunca teria deixado Paris. Fui muito difícil para Kylian, isso está claro”, vincou.
Nesse sentido, a mãe do capitão da seleção francesa referiu que o gigante madrileno a surpreendeu pela positiva desde o primeiro dia: “É o maior clube do mundo. Na terça-feira senti a diferença, por exemplo, em relação ao PSG. O Parque dos Príncipes é extraordinário, mas quando chegas ao Real Madrid sentes o peso da instituição. É um clube vencedor, com uma história enorme”.
“Os jogadores da equipa são os melhores do mundo e conhecem-se há muito tempo. Se chegas a um clube assim sem humildade, não vai funcionar”, acrescentou.
Quanto à saída do filho do PSG, a custo zero, ao fim de sete temporadas, Fayza comparou a situação com um divórcio, frisando que não hesitará em recorrer aos tribunais caso o campeão francês se recuse a pagar os bónus e salários que continua a dever ao avançado, de 25 anos.
“O ocorrido em Paris é comparável a um divórcio. Quando se rompe, nesse momento só se pensa no negativo. Mas o nosso papel não é olhar para trás, mas sim dar tempo para que, rapidamente, Kylian apenas se recorde dos pontos positivos do seu último ano em Paris. E houve muitos. Hoje, Kylian está em Madrid e podemos agradecer não só ao Mónaco, mas também ao PSG. Depois de tudo, foi o PSG quem confiou nele quando tinha 18 anos e quem investiu tanto dinheiro nele... Creio que valeu a pena”, apontou, referindo-se aos 180 milhões de euros pagos pelo PSG para contratar Mbappé ao Mónaco, em 2018.
“Valores em falta? [A negociação] Está em curso. Agora está nas mãos dos representantes de Kylian, mas confio que o PSG resolva isto rapidamente. Acabámos de receber uma carta deles e irão tomar decisões. Às vezes, quando alguém se separa, tens de decidir quem fica com a televisão, com os móveis ou o carro... Estamos assim e espero que isto não manche tudo o que vivemos, que não deixemos as coisas assim. Quero recordar o positivo do PSG”, frisou.
“Via judicial? Se não tivemos mais remédios, sim, com certeza. Agora, espero de verdade que se respeite o contrato que assinámos há dois anos. Na realidade, ninguém pode dizer o que se passou, nem sequer os representantes do PSG, porque durante dois anos o Kylian e o presidente [Nasser Al-Khelaifi] reuniram-se sozinhos, tirando uma vez. E tudo isso impediu Kylian de jogar desde que se fez o anúncio [da sua saída para o Real Madrid] em fevereiro”, concluir.