ENTREVISTA, PARTE II - A única grande competição que o antigo extremo disputou pela seleção principal foi o Mundial’2006. Também representou a equipa das Quinas nos Jogos Olímpicos de 2004
Corpo do artigo
Luís Boa Morte somou 28 internacionalizações pela Seleção Nacional e foi um dos selecionados por Luiz Felipe Scolari para o Mundial’2006. No entanto, confessa que ficou magoado pela ausência do Euro’2004, competição que se disputou em Portugal.
Esperava ter sido convocado para o Euro’2004?
-Esperava e fiquei frustrado, custou muito. Joguei todos os particulares e tinha sido a minha melhor época em Inglaterra. E nunca me explicaram porque não fui convocado. Mas tive de aceitar e seguir em frente.
Saha disse que no seu lugar renunciava à Seleção. Foi algo que lhe passou pela cabeça?
-Nunca disse não à Seleção. Foi da forma como viu, por considerar injusto e foi apenas um comentário. Saha tinha sido meu colega, tal como o Van der Sar, que também manifestou revolta na altura. Mas nunca disse não a Portugal. Mas quem anda no futebol sabe que é feito de opções e críticas, temos de aceitar. Na minha opinião, essa convocatória não foi justa, mas respeitei. Hoje sou selecionador e tomo decisões, umas melhores do que outras.
Depois vai ao Mundial’2006, quando muitos esperavam que fosse Quaresma no seu lugar...
-Quem está no futebol, tem de aceitar a crítica. Da mesma forma que tive de engolir as críticas dois anos antes, em 2006 tocou a alguém. O que eu sei é que tinha estado a jogar regularmente em Inglaterra e a jogar bem. Se merecia ser convocado ou não, isso são coisas do futebol. Se queria estar presente nos torneios em 2004 e 2006? Claro que sim. Fui um privilegiado pela minha carreira. Representei Portugal fora do país, mas o reconhecimento foi muito baixo.
No Campeonato do Mundo de 2006 sentiram que podiam ser campeões do mundo?
-Sim, desde o primeiro dia em que nos concentrámos. Sentimos que era possível ganhar, o grupo era coeso, mas aquele jogo com a França ainda custa recordar.