
Lars-Christer Olsson, presidente da European Leagues
Álvaro Isidoro / Global Imagens
Assunto regressou ao debate após investigação jornalística, que denunciou alegada orquestração entre presidente do Real Madrid e a FIFA
Corpo do artigo
A European Leagues, associação das ligas europeias de futebol, contestou hoje a mais recente ponderação sobre a constituição uma SuperLiga à escala mundial, sob a égide da FIFA, conforme foi divulgado na passada semana pela imprensa internacional, envolvendo primordialmente o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.
Numa declaração assinada pelo seu presidente, o sueco Lars-Christer Olsson, sem se referir diretamente aos intervenientes da alegada negociação, avançada pelo Financial Times (Inglaterra) e certificada pelo The New York Times (EUA), uma competição do género colocaria em causa as estruturas e os méritos desportivos das competições: "Estamos a ficar muito cansados com as ameaças que chegam de alguns clubes mais ricos. Ameaças que podem destruir o ecossistema do futebol como o conhecemos e que geraria o seu próprio ambiente privado".
Sempre sem mencionar Florentino Pérez ou a FIFA, a nota da European Leagues salienta: "O futebol profissional não é um negócio privado para uns poucos, para quem apenas o tamanho dos bolsos determina quem é bem-vindo".
"Se alguém não quer fazer parte de uma associação [federação] de futebol, é uma decisão pessoal. Se quer criar algo privado e fechado, não o deve fazer sob proteção de uma associação de futebol ou sob a forma como o futebol é organizado pelas associações e ligas profissionais. Nem a um nível mundial, nem confederativo, nem sequer doméstico. Estes clubes não devem participar nas ligas domésticas conforme hoje existem, nem nas competições internacionais, a menos que estejam preparados para participar num modelo que oferece benefícios a todos", afirma Olsson.
11601502
O dirigente do organismo que, além das mais de três dezenas de ligas europeias, congrega a estrutura portuguesa presidida por Pedro Proença, admite que o futebol profissional, enquanto indústria, "deve estar preparado para reformas", mas preservado a sua estrutura piramidal e orgânica entre as competições domésticas e internacionais com base no mérito desportivo.
No mesmo dia em que a imprensa internacional revelou negociações secretas envolvendo o presidente do Real Madrid e a estrutura da FIFA para reformular o Mundial de Clubes em algo mais apetecível em termos de receitas, o presidente da UEFA também se insurgiu contra os alegados planos.
Aleksander Ceferin, em comunicado, afirmou: "Li sobre esse plano louco. Se as informações são corretas, [a intenção] surge de um presidente de um só clube (não o dono). É difícil pensar num plano mais egoísta e egocêntrico".
