Empresário espanhol responde hoje, em Palma de Maiorca, sob acusação de burla e abuso de confiança por administração danosa da sociedade para a qual trabalhava em exclusivo
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O empresário Santos Márquez começa hoje a ser julgado em Palma, Espanha, pelo Tribunal Provincial das Baleares, acusado de crimes de burla e abuso de confiança aquando da sua mediação na transferência de Iker Casillas para o FC Porto, segundo a imprensa daquele país.
Acusado pelo Ministério Público e particularmente por um outro empresário seu associado, o espanhol enfrenta uma pena que pode chegar aos quatro anos de cadeia por ter recebido mais de 400 mil euros de forma indevida ou desleal.
Segundo a acusação, Santos Márquez e o seu sócio constituíram uma sociedade de serviços de intermediação e gestão do mercado de transferências, sendo que o primeiro atuaria em exclusivo para a empresa que era sustentada financeiramente pelo outro sócio.
Conforme o Ministério Público, Santos Márquez, "com a intenção de obter benefício económico", iniciou, em junho de 2015, as diligências para a contratação de Iker Casillas pelo FC Porto, obtendo um acordo com o agente do jogador, no qual este assumia o pagamento de 444.750 mil euros a uma outra sociedade de Márquez, traindo o estatuto de exclusividade assumido com seu sócio.
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Este, por sua vez, alega ter investido regularmente, oferecendo a Márquez os fundos necessários à sua atividade, nomeadamente o aluguer de uma casa em Madrid e outras despesas pessoais. Nesta acusação particular, o sócio de Márquez assinala o prejuízo de uma relação profissional, de confiança e de apropriação indevida daquela verba, o que entende ser um delito de burla.
O Ministério Público espanhol (a Fiscalía) pede quatro anos de cadeia, uma multa de três mil euros e a indemnização do denunciante com os 440.750 euros que terá recebido em comissões do agente de Iker Casillas.
Por seu lado, a acusação particular, reclama seis anos de prisão, uma multa de 5.400 euros e a mesma indemnização correspondente ao valor das comissões, mais 22.400 euros por despesas de atividade.
Na instrução do processo, cujo julgamento começa hoje, Márquez ficou sob fiança de 550 mil euros.