José Fonte: "O dinheiro não está a entrar e os cortes salariais são lógicos"
Central do Lille alerta, porém, que a realidade financeira dos jogadores é díspar e que alguns podem ficar em sérias dificuldades
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Em entrevista à rádio BBC, José Fonte admitiu que os cortes salariais aos jogadores e staff dos clubes é "lógico" face ao impacto financeiro da pandemia do coronavírus. "Os capitães tiveram uma conversa com o presidente e o diretor financeiro do Lille. Os clubes estão a ser afetados, o dinheiro não está a entrar e o presidente foi claro: disse que, de momento, pode continuar a pagar, mas que no próximo mês vai ter de reduzir os salários dos jogadores e dos trabalhadores. O dinheiro não entra e nós, jogadores, temos de entender essa situação. Os cortes acabam por ser normais e lógicos. Aqui no Lille estamos preparados para isso, mas outros clubes podem deixar de existir", afirmou o central do Lille.
José Fonte também frisou a necessidade dos jogadores se aconselharem sobre a legalidade dos futuros cortes, lembrando que estes têm de ser analisados caso a caso devido às disparidades entre vencimentos dos jogadores. "Temos de conversar com advogados e com os empresários para discutir todas essas possibilidades. Os cortes têm de ser transparentes e estarem de acordo com a Lei. Temos de saber se os clubes podem, ou não, fazer isso, porque há jogadores que não recebem bem. Se eles levarem um corte na ordem dos 30 ou 50% vão passar dificuldades, Aqui em França há jogadores a ganhar cinco ou dez mil euros por mês. Se tiverem de pagar uma renda de três mil euros, as coisas começam a ficar difíceis. Temos de discutir a situação com o Sindicato francês dos jogadores e com advogados. Sei que não é fácil, mas temos de encontrar soluções adequadas para todos", sublinhou.
O central do Lille também falou da realidade do norte de França sem futebol: "A maioria dos adeptos é da classe operária e o futebol é o veículo que utilizam para libertar o stress. É uma pena que não lhes possamos dar essa alegria, mas estamos de mãos atadas. Resta-nos esperar que a situação melhor para lhes darmos mais alegrias."
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