Jornal "El Mundo" desvenda plano de gestão financeira da Superliga Europeia
Documento, no qual se vê assinaturas de responsáveis dos emblemas participantes, revela o montante mínimo que capitalizaria a competição e a criação de três empresas
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Assinado pelos 12 clubes previstos participarem na Superliga, o contrato confidencial relativo à gestão financeira da Superliga, prova idealizada por por Real Madrid, Barcelona e Juventus, foi divulgado, esta sábado, pelo jornal espanhol "El Mundo".
A publicação, citada já por outros órgãos de Imprensa do país-vizinho, desvenda que a dúzia rebelde aceitou criar uma firma sediada no Luxemburgo, designada "AgentCo", para gerir um capital mínimo de 3,525 milhões de euros e fazer a supervisão da melhoria das infraestruturas dos clubes envolvidos.
O documento, no qual se vê assinaturas de responsáveis dos emblemas, conforme mostra o "El Mundo", refere que, além da "AgentCo", seriam criadas outras duas empresas, a "SL MediaCo e a SL CommercialCo", para comercializarem os direitos audiovisuais da Superliga, entretanto suspensa.
O mesmo contrato previa que uma cifra estabelecida em 400 milhões de euros - um total de oito por centro dos rendimentos globais da competição lançada à revelia da UEFA - seria atribuída a ações de caridade em diversos países da Europa.
De forma a precaver uma eventual rejeição da UEFA e da FIFA - o que veio a concretizar-se assim que o anúncio da criação da Superliga foi feito -, o contrato compõe-se por uma cláusula suspensiva no caso de não haver reconhecimento dos órgãos que tutelam, respetivamente, o futebol europeu e mundial.
Esta revelação surge 48 horas depois de o Parlamento Europeu votar maioritariamente contra a Superliga: 29 votos em oposição, uma abstenção e apenas um a favor.
O relatório apresentado pela Comissão da Cultura manifesta a rejeição de "competições dissidentes que minam a solidariedade, sustentabilidade e equidade" e que põem "em risco a estabilidade do ecossistema desportivo mais vasto" do Velho Continente.