Jorge Jesus: "Não tenho mãos para contar os grandes jogadores que treinei"
Conferência de apresentação de Jorge Jesus no Flamengo
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Conhecimento do futebol brasileiro: "Vejo todos os jogos do campeonato brasileiro em minha casa, antes de saber que ia treinar o Flamengo. A partir da altura em que surgiu o Flamengo passei a ver mais o clube, a conhecer os jogadores melhor. Já havia posição que o clube achava importante de reforçar, eu concordei e acrescentei mais uma que podem ser duas. Estamos em sintonia. Sinto nas pessoas do Flamengo uma vontade e paixão muito grande e ajudar. Creio que vai sair tudo bem."
Ex-jogadores do Flamengo e ligações ao clube: "Em todas as atividades se tem de ter paixão. A minha inspiração é o futebol. O Zico foi grande ídolo, estive com ele em Portugal quando foi visitar a Academia do Sporting e conversámos muito sobre o futebol português, brasileiro e a formação. É um amigo, que está ligado ao Flamengo. O Zico simbolizava o Flamengo em Portugal. Também o Júlio César. Tenho de 29 para 30 anos de treinador..."
Exigências: "A vitória não chega, a exigência é muita. Querem jogar bonito. Só ganhar não chega, a torcida exige que haja mais para além da vitória."
Estreia em sintético: "É a realidade. Poucos treinadores têm experiência, eu também. É completamente diferente, já fiz um jogo na Champions em sintético. Não sou apologista, temos de nos adaptar. Farei algum treino em sintético, mas mudando podes criar problemas físicos."
Porquê só um ano e qual a equipa técnica: "Normalmente faço um. Já uma vez queriam quatro e eu disse que faço um. Se estiverem contentes comigo renovamos. Há uma adaptação, há exigência, resultados. Ninguém fica dependente de ninguém. Os adjuntos estavam comigo na Arábia Saudita, são sete elementos, mais o regresso do Evandro Mota que já trabalhou comigo e saiu quando foi como Dunga para o Brasil.Sabia o que era o Flamengo e ao chegar aqui ainda tenho mais convicção do que é. Sabem perfeitamente o que querem, divulgar a marca Flamengo. Não existe grande clube sem uma massa adepta como a do Flamengo, esta deve ser das maiores do mundo. Obriga a mais profissionalismo. Incorpora o meu pensamento, sem organização e objetivos não se alcançam as metas. Estamos no bom caminho."
Intensidade muda com jogadores brasileiros: "Se dissesse nomes de grandes jogadores que trabalharam comigo ficava sem mãos para os contar. Na Europa a intensidade é maior, a temperatura também ajuda. Intensidade maior sem bola, porque o brasileiro executa rapidamente mas não é tão intenso sem bola, derivado do trabalho tático entre outras coisas. Quero o Flamengo mais intenso sem bola. Na Europa há uma ideia diferente do futebol brasileiro. É muito competitivo, muito difícil. Lá na Europa têm a mania que sabem tudo. Estava a ver o Fla-Flu e os jogadores criam espaço com facilidade incrível. Ainda têm de saber defender melhor porque o jogador brasileiro obriga a isso."