O internacional português respeita as opções do técnico do Benfica, mas admite que esperava ter tido mais oportunidades
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Era considerado um dos atletas mais promissores da formação do Benfica. Esperava que lhe dessem mais oportunidades?
-Não vou mentir. Esperava mais oportunidades. Na área da formação tinha muitas pessoas que me apoiavam muito, o diretor Armando Jorge Carneiro ou o treinador dos bês, o Hélder Cristóvão. Acreditavam muito em mim. Na equipa principal havia quem acreditasse em mim, mas outras pessoas não. Por aquilo que era falado na formação, acreditava que ia ter o meu espaço.
Jorge Jesus não acreditou em si?
-Julgo que não; foi uma opção dele. É o treinador do Benfica e é ele que decide quem quer. Mesmo na pré-época, deu para perceber que não contava comigo, joguei completamente fora da minha posição, fiz a pré-época como defesa-esquerdo, como médio-defensivo. Fui dos poucos que não jogaram sequer um jogo da pré-época como titular e percebi logo que não entrava nas contas dele.
Guarda mágoa de Jorge Jesus por não lhe ter dado mais oportunidades?
-São coisas do futebol e tenho de compreender. São opções. Respeito. É a opinião dele e espero que esteja errado, porque não acreditava em mim. Agora, é um ótimo treinador, não lhe tiro mérito. Fez um grande trabalho no Benfica e tenho de respeitar as suas opções.
Qual a sensação de fazer uma pré-época numa posição completamente estranha?
-Tentei dar o meu máximo, mas claro que as coisas não saem tão bem como quando se joga na nossa posição. E a nível mental é algo que te deita abaixo. Passada uma semana tudo bem, duas semanas tudo bem, mas treinas um mês ou um mês e meio e começas a sentir-te completamente fora do teu contexto e começas a pensar que tens de procurar outras soluções, porque a minha posição não era aquela. Tinha de treinar na minha posição. Estava, e estou, no meu início de carreira e era um momento importante para mim. Tive de procurar outras soluções.
Jorge Jesus diz que é difícil segurar os jovens jogadores porque estes são também aliciados por contratos milionários no estrangeiro. Concorda?
-É verdade que neste momento há mais scouting e é mais fácil conhecer jovens jogadores. Os jogadores da formação de Benfica, Sporting e FC Porto são conhecidos de todos os clubes europeus. Mas não é por aí. Talvez seja uma forma de se proteger. Nenhuma equipa bate cláusulas de jovens jogadores do Benfica, Sporting ou FC Porto quando são juniores ou da equipa B. Mesmo o Mónaco. Pediu-me emprestado e também não pagou a minha cláusula, que era de 30 milhões de euros. Pagou 15,75 milhões depois de eu fazer mais de metade de uma época. Não é por aí...