Jorge Jesus: "Gostei de trabalhar com todos os presidentes, menos com um..."
Treinador português do Flamengo recorda alguns episódios da carreira.
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Jorge Jesus, atual treinador do Flamengo, concedeu uma entrevista ao canal 11 onde fez um balanço na carreira e recordou passagens por clubes que já orientou. No que toca a presidentes com quem trabalhou, uma revelação. "O Braga já é um grande. Em termos de infraestruturas já está ao nível dos grandes. O presidente tem feito um trabalho espetacular. Foi outro presidente com quem trabalhei e gostei muito de trabalhar. Aliás, aprendi com todos e gostei de trabalhar com todos... Menos com um, mas isso já faz parte do passado", disse Jesus.
"Enquanto treinador do Benfica, tive vários convites de Atlético de Madrid, Valência, Mónaco, Milan... Quem é que rejeita o Milan? Rejeitei eu. Hoje não rejeitava, mas na altura rejeitei. Era um treinador muito bem pago, e continuei a ser. Para sair de Portugal para o estrangeiro, algo me tinha de motivar. Ou o clube, ou financeiramente", recordou.
A questão tática também foi um tema de conversa."Atrevo-me a dizer isto. Ninguém no mundo fazia marcações como eu hoje ainda faço. Claro que fui evoluindo e valorizando a minha ideia do que eram marcações à zona e principalmente dos cantos e fazer fora de jogo num canto, que era quase impossível e hoje as equipas do mundo estão a fazer. Foi aqui [no Amora] que criei e pensei. Hoje vejo grandes equipas do mundo a fazerem, a copiarem pelo Benfica, que foi quando o Benfica me deu a possibilidade de ser conhecido. O Guardiola tem uma frase que diz: 'Se querem ver quem defende bem, olhem para o Benfica'", recordou o técnico, que também falou de ordenados em atraso.
"Estive num clube em que tive sete meses de ordenados em atraso. Estava na primeira divisão, acho que em 1975 ou 76. Reunimos várias vezes na tentativa de fazermos greve e alguns tiveram que deixar de jogar, porque não havia sustento. Eu era um miúdo solteiro mas os casados tinham muita dificuldade. Os mais novos íamos para a lota com os pescadores em Olhão. Traziam o peixe e eu, como era solteiro, ia buscá-lo para dar aos casados", lembrou.
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