Esta tarde, contra o Liverpool, o técnico do Fla tem o maior desafio da carreira
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Aos 65 anos, Jorge Jesus pode conseguir este sábado o maior feito desportivo da carreira, num ano em que já ergueu a Taça Libertadores e o Brasileirão.
A tarefa, porém, está longe de ser fácil, pois, pela frente, na final do Mundial de Clubes, o Flamengo terá o campeão europeu e uma das mais poderosas equipas do mundo: o Liverpool de Salah, Mané, Van Dijk e muitos outros craques, que esta época tem passeado superioridade na Premier League e que, na Champions, só perdeu contra o Nápoles.
O português, aliás, reconheceu na conferência de antevisão que estarão em confronto duas realidades bem diferentes. "A capacidade financeira dos clubes europeus dá-lhes a possibilidade de contratar os melhores do mundo. O Flamengo já consegue fazer contratações de bom nível, mas não há comparação possível", explanou o treinador.
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O Flamengo, no entanto, tem atributos suficientes para poder sonhar. "Em termos de comparação [com os melhores clubes europeus], nós entrámos aqui numa órbita em que, se calhar, o nosso foguetão não chega lá. Mas com o nosso querer e o nosso trabalho, podemos fazer a diferença tática e equilibrar. Veremos se temos ou não capacidade para nivelar o jogo", afirmou.
A Jesus já não falta experiência em finais. Em toda a carreira, disputou 17 e com assinalável taxa de sucesso (11 triunfos e seis derrotas). Aliás, nas últimas sete só perdeu uma, na Taça de Portugal, pelo Sporting. Isso significa que ao longo do tempo tem retirado ensinamentos preciosos com os erros cometidos no passado. Assim, Jesus é um homem confiante nas próprias capacidades. É através delas que tentará surpreender o planeta.
"Vão estar em campo duas equipas taticamente evoluídas e não vai haver questão física. Ganhará quem estiver melhor taticamente, porque tem uma ideia de jogo melhor, porque conseguiu ser mais criativo taticamente", assinalou, concluindo mais à frente o raciocínio: "Teremos avançados criativos de um lado e do outro, que a qualquer momento podem decidir. Mas também haverá criatividade tática e, neste jogo, quem a tiver em maior dose e for mais disciplinado, será o vencedor." Um encontro que, no seu entender, será "um grande espetáculo", com "uma intensidade muito alta".
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Seja qual for o resultado, o técnico do Flamengo sabe que pela frente terá um antagonista predestinado. "Klopp é um dos grandes treinadores do mundo. É o criador de um 4-3-3 diferente daquele que é utilizado pela maioria das equipas. Tem um 4-3-3 muito particular, o que faz dele um criador do futebol. Há uns treinadores que são criadores e outros que vão copiando, e ele é um dos que são criadores", disse, atribuindo-lhe depois o mérito pelos triunfos recentes dos reds: "Klopp está a fazer uma recuperação espetacular do Liverpool, que voltou a ser a marca que era há 20 anos. Nesse aspeto, são duas equipas parecidas, por terem recuperado o seu prestígio internacional."
E admitiu: "Entre seres campeão do mundo ou de Inglaterra, que há 30 anos que não são, não tenho dúvida de que os adeptos escolheriam o campeonato. O Liverpool quer conquistar o que não conquista há muito, mas é uma equipa com capacidade para as duas provas, Klopp sabe disso e vai tentar juntar o útil ao agradável."