Textor e a compra do Lyon: "Comprometi os meus bens no Botafogo, Crystal Palace e Molenbeek"
Norte-americano que tentou entrar no capital do Benfica vai ser dono do clube francês. Em entrevista ao L' Équipe confessa que o plano inicial era comprar um clube mais pequeno. Também falou do excesso de gastos no Botafogo: "Já gastei o dobro do que me foi pedido"
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Fracassado o plano de entrar no capital da SAD do Benfica, John Textor vai mesmo comprar parte do Lyon e tornar-se no novo dono do histórico emblema francês, alargando o seu império no desporto. Em entrevista ao L'Équipe, o norte-americano de 56 anos explicou o processo dizendo que inicialmente pretendia comprar um clube mais modesto em França, mas quando soube que o Lyon estava à venda, não hesitou: "Tinha de avançar!".
"Para bater a concorrência, tive que mostrar que tínhamos dinheiro disponível. A maneira mais rápida de fazer isso era pegar uma linha de crédito de um grupo chamado Cannae Holding Company, que era ligada ao senhor Foley. Comprometi todos meus bens do Botafogo, Crystal Palace e Molenbeek, assim como outros bens pessoais, para garantir o empréstimo. Por isso sou o dono maioritário. Precisávamos desse plano de financiamento para fazer o negócio. É o mesmo para todas as grandes aquisições, como foi a do Chelsea. Não estamos a endividar-nos no Lyon, isso é o mais importante", explicou Textor.
O empresário que fez fortuna na área do streaming de eventos desportivos é dono do Botafogo, do Brasil, do Crystal Palace, de Inglaterra, e do Molenbeek, da Bélgica.
Segundo o L'Équipe, que ainda não revela a totalidade da entrevista, Textor fala dos seus negócios como de um jogo e com grande entusiasmo.
A respeito da entrada no Botafogo, Textor confidenciou que comprou até jogadores de que a equipa não precisava: "No Botafogo, já gastei duas vezes o que me foi pedido. Quando você começa a tomar decisões, se vê que com 10 ou 20 milhões você pode ir mais alto, você se apaixona pelo processo e gasta mais do que o planeado. Isso viralizou no Brasil e estou a gastar muito mais. E levei jogadores que eu não precisava. Olha o que eu fiz no Crystal Palace. Você não costuma ver muito disso. Eu fui para as partidas, as pessoas me agradeciam. Eu ajudei na base, com transferências, trouxe energia nova. Vai ser o mesmo no Lyon. Trago o meu amor pelo futebol e recursos financeiros. Estou mais atrás do que na frente dos palcos. Exceto no Botafogo, em que sou o único responsável. Lá, mudei tudo porque era uma associação que conduzia o clube. Não havia nada. Cargos interinos, o relvado não estava cortado, o técnico discutia com os árbitros..."
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