"Jogar no Maracanã? Marcar e ter uma pessoa a morrer ao lado é no mínimo estranho"
Médio do Fluminense fala em falta de humanidade.
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O regresso do futebol no Brasil, numa altura em que o número de mortos e infetados no país não pára de aumentar, tem dado muito que falar e, desta feita, foi Hudson, jogador do Fluminense, a dar a sua opinião sobre o tema. O jogador de 32 anos não esteve com meias medidas.
"É lógico que é muito difícil jogarmos futebol, que é o desporto do país, que comove o país inteiro, que é a paixão de milhares de adeptos que vivem por isso, e parecer que não está a acontecer nada lá fora... O maior exemplo disso é o Maracanã, que tem um hospital de campanha dentro do complexo [desportivo]. Nós fazermos um golo e ter uma pessoa a morrer ao lado... Isso é, no mínimo, estranho, sem humanidade. É não pensar no próximo", começou por afirmar o médio.
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"Temos noção das coisas quando acontece perto de nós, com um familiar, com um parente próximo, e talvez as pessoas responsáveis por toda a programação, pelo calendário, não estejam a agir com a maior humanidade possível. Talvez estejam a agir por interesses externos e internos. Infelizmente, como jogadores de futebol, teremos de superar tudo isso para poder estar em campo e atuar a um alto nível", concluiu em conferência de Imprensa realizada esta quarta-feira através de videochamada.
O Fluminense retoma a participação no campeonato carioca no domingo, a partir das 23h00, frente ao Volta Redonda.