Filippo Galli, referência do Milan na década de oitenta, falou a O JOGO dos novos indicadores conferidos pela liderança de Conceição nos rossoneri
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Filippo Galli, antigo central do Milan, senhor de 294 jogos pelo clube, de 1981 a 1997, falou ao JOGO sobre os impulsos trazidos por Sérgio Conceição que colocaram o plantel em máxima rotação, já conquistando três vitórias e um empate em quatro jogos. O entusiasmo ganhou expressão ni universo rossoneri e o quadro de depressão começa a dissipar-se.
"O entusiasmo e a moral ficaram ao rubro, a supertaça restaurou a energia mental que parecia ter desaparecido. Infelizmente, o empate do campeonato com o Cagliari, em casa, trouxe de volta a realidade: precisamos de tempo!", dizia Galli, antes do Milan recuperar o melhor alento com triunfo no vizinho Como. Os indicadores futebolísticos adjacentes à liderança de Conceição tornam-se evidentes. "Ele quer um futebol mais direto, parece estar a focar-se muito na motivação dos atletas, pedindo rapidez, muita velocidade na circulação da bola. Mesmo com erros de ligação, os jogadores estão a segui-lo", expressa o mais novo dos irmãos Galli, confiando no papel de Conceição por detrás do lastro de conhecimento do Calcio, da riqueza tática que lá bebeu nos anos em que jogou por Itália.
"Jogou alguns anos, conhece o futebol italiano, sabe da importância da componente tática no campeonato, da capacidade dos nossos treinadores na preparação dos jogos. É difícil prever o desfecho, porque não há jogos fáceis. Mas penso que há pontos de partida promissores, o seu conhecimento prévio do que ia encontrar, e a liderança inata que carrega. Podem ser fatores decisivos no percurso deste Milan", avalia Galli, admitindo que haverá sempre barreiras difíceis de ultrapassar pela herança de um plantel não desenhado por si. "Teve um bom início, chegou aos jogadores, mas a missão dele não será fácil, porque assumiu o lugar de outro colega, a equipa não foi feita por ele e as dificuldades estarão presentes. Mas também já vimos que é um homem determinado para ultrapassar os problemas", elogia Galli, olhando ao personagem severo durante o jogo, efusivo no final, como transpareceu no balneário, após a conquista de um troféu em tempo recorde.
"Quando alguém chega a treinador, com carreira para trás, algo manterá do que era como jogador, mas um treinador será naturalmente alguém com outro poder de reflexão. O Conceição, no seu caminho, percebeu isso. Liderança não é apenas saber liderar, mas também permitir que os outros que nos rodeiam expressem o seu valor", valida o antigo central, afastando ondas turbulentas entre o português e o poderoso Zlatan Ibrahimovic. "São personalidades fortíssimas, mas acredito que estão cientes do bem comum e que saberão dar um passo atrás quando necessário para proveito do Milan."