Jesus na seleção do Brasil divide opiniões: da escolha "interessante" às "broncas e atritos"

A possibilidade de ser Jorge Jesus o escolhido para assumir a seleção brasileira divide opiniões em terras de Vera Cruz. O sucesso do português enquanto esteve no Flamengo é incontestável, mas determinadas atitudes tidas nessa altura levam a que o seu nome não seja consensual para o lugar.

"O Flamengo de 2019 foi a melhor equipa que vi atuar no Brasil nos últimos anos. Além disso, entre os outros estrangeiros que estão no radar da CBF, Jesus vivenciou a cultura de balneário e sabe lidar com os atletas brasileiros. É aposta da CBF e na minha opinião faz sentido", salienta Raúl Vítor Maia, do canal "SBT", um dos jornalistas brasileiros ouvidos no sábado por O JOGO quanto a esta possibilidade em aberto.

Foi o site da "UOL" a garantir que Jesus é a escolha mais provável, apesar de Ancelotti, Mourinho e Luis Enrique estarem também em cima da mesa. "Seria interessante, pois não temos muitos treinadores brasileiros com nível para a seleção. Jesus tem muito conhecimento sobre os jogadores brasileiros e tem um estilo de jogo que os adeptos iriam gostar de ver. Além disso, por todo o sucesso no Flamengo, seria respeitado pela imprensa e atletas", analisou Vladimir Bianchini, da "ESPN Brasil". Este ressalva, porém o "único ponto que poderia ser problemático: "A forma como trata os jogadores no dia a dia, principalmente as broncas em treinos e jogos. Poderá ter atritos com as estrelas da seleção se não mudar um pouco isso."

Já Gabriel Carneiro, do "Lance", acrescenta "a postura muito agressiva e os frequentes conflitos com treinadores e profissionais dos Média por declarações vaidosas". "Ser treinador do escrete é mais do que ser um bom treinador. Além disso, não vejo trabalhos muito ricos em conceitos, modernidade e eficiência por parte dele fora do Flamengo", realça.

"Para apostar num estrangeiro, deveria ser um de primeira linha, como Ancelotti, Guardiola ou Mourinho. Mesmo com os títulos no Flamengo, ele ficou menos de um ano aqui e não fez bons trabalhos desde então", dispara Renato Araújo, da "SBT", nomeando outro luso como opção: "Abel Ferreira já provou muito mais."

Walter Casagrande contesta-lhe a ética e prefere Abel Ferreira

Walter Casagrande, antigo internacional brasileiro que passou pelo FC Porto nos Anos 80, vincou de forma clara o desagrado quanto à possibilidade de Jorge Jesus assumir o escrete. Para o ex-avançado, o português é "a pior opção" de entre os nomes que têm vindo a ser apontados ao cargo. "Sem clube na Europa por ter sido demitido do Benfica, Jorge Jesus veio para o Brasil e teve um comportamento de um cara, no mínimo, de caráter duvidoso. Colocou mais fogo na situação do compatriota Paulo Sousa e só foi embora pela péssima repercussão do seu comportamento antiético. Nem sabemos se iria conseguir repetir o trabalho que havia feito em 2019, mas demonstrou não ter ética profissional. A minha escolha continua a ser Abel Ferreira", frisou Casagrande.