Declarações de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, após a vitória por 3-1 sobre o Santos, na noite de sábado. O Verdão lidera o Grupo D do Campeonato Paulista.
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Muito criticado pela imprensa brasileira depois da expulsão na Supertaça do Brasil, contra o Flamengo: "Quem tem um microfone e uma câmara tem uma arma poderosa. Cada um olha para aquilo que quiser. Já me fizeram muitas perguntas sobre comportamento... Já viram alguém perguntar sobre o Mérito Desportivo? Sobre ser Cidadão Paulistano? Já viram algum jornalista falar disso, ou dar-me os parabéns pelo maior orgulho que tive de receber do presidente de Portugal? Já viram alguém dizer que o livro [que escreveu em conjunto com a equipa técnica] já tem quase 100 mil vendas, que já fizemos quase cinco milhões de reais [cerca de 897 mil euros] de receitas, que vão reverter para duas instituições brasileiras? Sim, tenho de melhorar o meu comportamento na área técnica, mas tenho que demonstrar com exemplos. No mesmo dia em que eu fui expulso outros treinadores foram. Viram alguém dizer alguma coisa? Vocês podem escolher o que querem. Eu tenho coisas boas e negativas como todos nós. Ninguém é perfeito. Deus não agradou a todos, muito menos eu. Pintaram os muros (os adeptos), mas hoje chegaram a mais um recorde [máximo de assistência em jogos em casa]. Número de golos, de pontos, equipa que menos derrotas teve fora, mais golos fez na Libertadores, mais vitórias teve na Libertadores... Viram alguém valorizar isso?"
Não está para agradar, mas para ganhar: "Querem ver os meus defeitos, tenho alguns. Na área técnica é o que for preciso para ganhar. Sou competitivo de natureza. Uns gostam da minha forma de ser, outros não. Não estou aqui para agradar ninguém, estou aqui para ganhar. Não vim para o Brasil para fazer amigos. Quando estou a competir é para ganhar. Essa é a minha forma de estar no desporto. Eu aqui sou um boneco, mostro o que eu quero. O que realmente me interessa é o que os meus jogadores e a minha família pensam. Eu fico furioso com incompetência, com os preguiçosos, com quem diz que amanhã faz. Sou um homem de trabalho. Quem está comigo está a trabalhar, senão não está comigo. É fácil trabalhar comigo quando todos sabem o que têm de fazer."
Momento do Palmeiras: "O futebol é muito volátil. Aqui no Brasil, hoje és o rei e amanhã és uma bosta. É assim que funciona aqui. Temos de estar constantemente à procura do nosso melhor, de nos desafiarmos a ser melhores. Para sermos competitivos com os adversários temos que ser muito competitivos internamente. Não há suplentes, não uso esse termo. A força da nossa equipa é a força do coletivo. Não é o A, B ou C, é o coletivo da equipa. Sozinhos não vamos a lugar nenhum. É assim que eu vejo representado muito dos valores que eu defendo enquanto homem na minha equipa. É um orgulho muito grande ser treinador desta equipa."