"Os Europeus também podiam ter a mesma cadência" como a que é desejada pela cúpula da FIFA para os Campeonatos do Mundo, considerou o dirigente suíço-italiano
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Gianni Infantino, presidente da FIFA, em defesa, mais uma vez, da realização de Mundiais de dois em dois anos, sugeriu a aplicação da mesma periodicidade em relação aos Europeus, competição organizada pela UEFA a cada quatro anos.
"O mais importante é que [o Mundial bienal] é positivo para a proteção das ligas nacionais e para os próprios futebolistas. Haveria menos jogos com uma pausa em julho. Na Europa há oposição, mas esta é uma forma mais inclusiva. Os Europeus também podiam ter a mesma cadência", afirmou o líder da FIFA.
À italiana "Radio Anchio Sport", Infantino assegurou que a mudança de calendário do Mundial é um desejo coletivo, realçou a viabilidade desportiva da ideia e identificou benefícios de cariz financeiro e económico que seriam causados com a medida.
"Não é uma petição minha, mas sim do congresso da FIFA, que pediu um estudo sobre a sua viabilidade. Fizemos um muito sério. Do ponto de vista desportivo, funcionaria e o impacto económico [associado] é positivo", acrescentou o presidente da FIFA.
Apesar da reprovação de várias entidades desportivas, o organismo que tutela o futebol mundial antecipa subida de receitas de bilheteira, patrocínios e direitos de transmissão televisiva com Mundiais de dois em dois anos.
A FIFA, que conta, para já, com o apoio de 165 federações nacionais, prevê um impacto de 180 mil milhões de euros na economia, bolo esse que pode "diminuir o fosso" entre a Europa e o resto do Mundo, encurtar a margem que separa "ricos e pobres", "grandes e pequenos" e permitir um investimento "em todo o planeta".
A proposta da FIFA será discutida e votada em março de 2022. As 55 federações da UEFA e Confederação Sul-Americana (CONMEBOL), com apenas dez, mas incluindo o Brasil e a Argentina, recusam a mudança do calendário.