Um eventual regresso de Cristiano Ronaldo ao Real Madrid tem enchido páginas de jornais e horas de televisão, especialmente desde a eliminação da Juventus, face ao FC Porto, na Liga dos Campeões
Corpo do artigo
Indo direto ao assunto: o sistema fiscal italiano é menos penalizador do que o espanhol e esse pormenor pode afastar, de vez, qualquer hipótese de Cristiano Ronaldo trocar a Juventus pelo Real Madrid no próximo mercado de transferências.
As contas foram feitas pelo jornal espanhol Marca, que começou por referir que o craque português beneficiou de uma carga fiscal mais baixa quando chegou a Itália, em 2018. Um regresso a Espanha em 2021 não seria, nesse ponto, tão vantajoso para um dos atletas mais bem pagos do mundo.
Segundo revela o jornal espanhol, Ronaldo paga "apenas" 100 mil euros/ano ao fisco italiano pelos milhões que recebe em direitos de imagem, algo que não sucederia em Espanha onde as obrigações fiscais, nesse ponto, são bem menos simpáticas.
Vamos às contas feitas pelo jornal Marca, imaginando que CR7 voltaria no verão a Espanha. É certo que no primeiro ano poderia manter a residência em Turim, a fim de pagar apenas os 100 mil euros, mas porque Espanha e Itália aplicam o princípio da tributação mundial - são tributados sobre todos os rendimentos, independentemente do local onde estes tenham sido obtidos -, a vantagem desaparecia.
Ainda no que diz respeito aos direitos de imagem, mantendo residência em Itália não era garantido que Ronaldo escapasse à tributação em Espanha, visto que o mais provável é que o obrigassem a pagar 19 por cento como não residente.
No que se refere ao salário, o Real Madrid poderia reter 19 por cento do salário até 31 de dezembro - como não residente -, mas quando fizesse a declaração de rendimentos em Itália em 2022 teria de tributar mais 46 por cento.
Não há, portanto, grande interesse, do ponto de vista fiscal, em regresssar a Espanha.