Ibrahimovic lembra tempos difíceis: "Só queria ir para casa, estava farto de rematar"
Avançado sueco concedeu entrevista a rádio da BBC.
Corpo do artigo
Zlatan Ibrahimovic é um dos jogadores mais especiais da história do futebol: o talento do sueco é sobejamente conhecido, afirmou-se como goleador ao mais alto nível e, por onde passou, deixou sempre marca.
No entanto, ao longo da carreira do avançado nem tudo foram rosas. Em entrevista à BBC Radio 5, Ibra recordou os primeiros tempos na Juventus, em 2004/05, admitindo algumas dificuldades na adaptação ao estilo de treino e do jogo italiano.
"Tudo mudou quando fui para a Juventus. Era tudo novo para mim, estava num grande clube, com muita história, grandes jogadores e um grande treinador. No primeiro dia ouvi Capello a gritar 'Ibra!' e apontar. Juntei-me a uns miúdos da academia e treinei com eles, que cruzavam para eu rematar. Todos os dias, durante 30 minutos. Às vezes só queria ir para casa porque estava cansado e não queria rematar mais. Nem podia ver a baliza e o guarda-redes. Ouvia gritar pelo meu nome e já sabia o que era. Rematava, rematava bem e rematava mal", começou por contar Zlatan, reconhecendo, logo depois, que a insistência de Fabio Capello deu frutos:
"No final de tudo acabei por me transformar numa máquina em frente à baliza. Em Itália, ser ponta de lança é jogar na posição mais difícil, porque são muito bons taticamente", acrescentou, antes de recordar um episódio em particular.
"Lembro-me de um jogo contra o Milan, em que tinha o Paolo Maldini e o Alessandro Nesta pela frente. Só tínhamos meia oportunidade com eles e depois ainda havia o Dida, um guarda-redes de classe mundial. Mas eu tive a sorte de treinar com o Buffon na baliza e o Thuram e o Cannavaro como centrais. Se tentasse passar por eles sofria. Criou-se um bom cenário para que conseguisse marcar golos, e eles foram aparecendo", explicou Ibrahimovic.