Hostilidade sobre EAU não impedirá a realização do próximo Mundial de Clubes
Organismo que tutela o futebol mundial diz estar "a monitorizar a situação" bélica, que se prolonga desde 2014. Prova realiza-se, excecionalmente, entre 3 e 12 de fevereiro
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Alvo de recentes ataques militares, protagonizados por rebeldes houthi, por força da guerra do Iémen, os Emirados Árabes Unidos vão acolher, pese a situação hostil, o próximo Mundial de Clubes, confirmou, esta segunda-feira, a FIFA.
"O Mundial de Clubes vai ser realizado tal como foi planeado", referiu uma porta-voz do organismo que tutela o futebol mundial, quando confrontada com os dois ataques de míssil, ocorridos na passada semana, na capital Abu Dhabi.
Os Emirados Árabes Unidos, informaram, esta segunda-feira, que foram destruídos dois mísseis balísticos disparados por rebeldes houthis, originários do Iémen. O incidente ocorreu após um ataque coordenado através de um drone.
"A FIFA continua a monitorizar a situação e a trabalhar com o comité organizador local e outras estruturas dos Emirados Árabes Unidos para ter planos de segurança para a competição", acrescentou a porta-voz do órgão liderado por Gianni Infantino.
O Mundial de Clubes, disputado anualmente, em dezembro, entre os vencedores continentais e uma equipa do país anfitrião, terá lugar excecionalmente, entre os dias 3 a 12 de fevereiro, em dois estádios, com a participação de sete clubes.
A saber: Al Jazeera (Emirados Árabes Unidos), AS Pirae (Taiti), substituto do Auckland City, que desistiu devido aos protocolos de covid-19, Al Ahly, vencedor da Liga dos Campeões africana, o Monterrey, campeão da CONCACAF, o campeão asiático Al Hilal, treinado por Leonardo Jardim, o Palmeiras, campeão sul-americano orientado por Abel Ferreira, e o Chelsea, vencedor da Liga dos Campeões europeia.
Iniciada em 2014, a guerra do Iémen soltou-se quando rebeldes houthis se apoderaram da maior parte do país, a capital Sanaa, forçando o presidente Abd-Rabbu Hadi a fugir. Em Março de 2015, a violência aumentou quando os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita se juntaram para formar uma coligação militar de apoio ao presidente Hadi e, assim, travar os rebeldes houthis.
Este conflito bélico causou, em oito anos, uma grave crise humanitária que levou 16 milhões de pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a passarem fome, e que tirou ainda a vida a mais de 370 mil pessoas.