"Haverá mais oportunidades para reduzir a diferença com os maiores clubes"
Declarações de Lars-Christer Olsson, presidente das Ligas Europeias.
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Competições europeias: "As competições europeias devem ser baseadas nos resultados recentes. Por exemplo, um clube que tem tido sucesso há dez anos, ou cinco, não deve poder usar isso como coeficiente para impedir outros clubes que são bons hoje para as competições. O ano um deve ser o da qualificação da primeira sessão do campeonato, deve ser sempre esse o caso. E pensamos que também deve haver uma melhor distribuição do dinheiro do sistema, para que mais clubes possam competir por títulos e também, o que chamamos o balanço competitivo nas provas domésticas e também nas provas internacionais deve a ficar melhor para que mais clubes se possam qualificar para as fases finais das competições europeias".
Do ponto de vista de um clube, qual é o interesse da Liga Europa 2?: "Muitas das propostas agora vêm das Ligas nacionais, trabalhamos na mesma direção. Todas as ligas nacionais vão ver alguns dos seus clubes jogar provas internacionais e digo Ligas, UEFA,... Quando nos sentamos à mesa a tentar encontrar soluções conseguimos encontrar soluções".
Grande diferença entre a Champions e a Liga Europa, com uma terceira prova como se pode torná-la competitiva: "É por isso que dizemos que o nível de solidariedade do sistema e da distribuição financeira tem de ser diferente. Mas também temos de ser honestos e dizer que introduzir um terceiro nível significa que podemos ter mais clubes de mais ligas a jogar jogos internacionais. Isso é importante para a terceira prova, por exemplo, que os clubes que participem possam mesmo ganhar algum dinheiro, não que percam dinheiro. Alguns desses clubes provavelmente não vão participar na Liga dos Campeões, mas ainda assim vão poder jogar jogos das provas europeias".
Calendário está saturado: "O calendário já está congestionado, ma não penso que acrescentar mais equipas signifique um calendário mais congestionado, porque se pode mudar os formatos e manter as mesmas jornadas (matchesday). Isso é muito importante. Outro assunto importante que não foi discutido aqui é a saúde dos jogadores. Juntos, também com a FIFPro (sindicato dos jogadores) temos de encontrar uma solução sobre como os jogadores vão jogar, porque caso contrário vamos perder as estrelas e os melhores jogadores das equipas".
Vão reduzir os jogos antes da fase de grupos, é isso?: "Sim, provavelmente. Pode haver menos jogos antes da fase de grupos. Tem de ser discutido tecnicamente para funcionar. Mas é possível. Como temos dito, é preciso guardar os fins de semana para os campeonatos nacionais, por exemplo".
Proposta de mudar acesso vai ser aceite por todos os clubes?: "Não sei, vai ser aceite por uma grande maioria de clubes. Não têm todos de concordar, a última decisão é da UEFA, claro, mas acredito que podemos chegar a um compromisso. E para chegar a um compromisso todos têm de dar algo e nem todos ficam da mesma maneira contentes no fim".
O que diz a UEFA? Vai concordar?: "Penso que a UEFA se está a mover na mesma direção que nós propusemos... Especialmente quando leio as propostas das federações, parece que esta é uma boa direção. Temos de estar preparados para fazer alterações no modelo final".
Em Portugal há clubes com orçamento de um milhão por ano, como crê que eles possam qualificar-se paras as provas europeias e manterem-se competitivos, porque não podem ter plantéis de 25 jogadores para jogar 50 jogos por ano?: "Vai sempre haver casos de clubes mais ricos que outros e sabemos que a quantidade de saúde de um clube está dependente dos resultados. O que procuramos é uma mais justa distribuição do dinheiro que podemos controlar e depois creio que haverá mais oportunidades para clubes do que existe hoje, para reduzir a diferença com os maiores clubes. Isso significa que os grandes clubes e as grandes ligas, também, têm de dar algo a esses clubes que têm menos sorte hoje".