Antigo guarda-redes dos "reds" admite que recordações da guerra ainda lhe causam "suores frios".
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O antigo guarda-redes e figura de destaque do Liverpool, Bruce Grobbelaar, fez grandes e duras revelações em longa entrevista concedida à BBC, na qual confessou que o futebol foi a sua salvação depois de ter sido "obrigado a matar" na guerra civil da Rodésia, o atual Zimbabué, onde assumiu ter sido agente infiltrado.
"As memórias atenuaram-se um pouco, mas há momentos em que estou com os meus amigos de África e eles gostam de falar sobre isso. Eu não. Depois de falar disso, durante duas ou três semanas tenho suores frios e acordo novamente com esses sentimentos". admitiu Grobbelaar, que defendeu a baliza dos "reds" durante 13 temporadas, tendo sido campeão europeu em 1984.
"Não és a mesma pessoa depois de o fazer [matar]. Tens que viver com as consequências o resto da tua vida. Com o passar dos anos, tenho muita sorte de não estar submerso numa depressão, porque o futebol realmente salvou a minha vida, tirou o drama da guerra na minha cabeça", explicou.
Agora com 60 anos, Grobbelaar confessou ainda ter visto três amigos morrerem durante esse período, que inicialmente seria de 11 meses mas se prolongou por dois anos.