Djalminha e Manuel Pablo falam ao JOGO do momento que se vive na Corunha com a mais que provável subida e enchentes no Riazor, com recordes de público no terceiro escalão, após anos de sofrimento
Corpo do artigo
Foi um nome sonante que ainda sinaliza memórias delirante dos adeptos do Corunha, que têm em Djalminha o êxtase de anos de sucesso avassalador e uma liga espanhola conquistada pelos galegos, que pôs fim a um longo namoro com desfecho penosos, sobretudo, aquele campeonato perdido pelo penálti de Djukic. Além dos 186 jogos, os 50 golos, Djalminha foi rei de pinturas garridas nas quatro linhas, exacerbando paixões, dilatando corações, desfilando majestoso e divertido pelo Riazor com obras de eleição.
Agora, voltou à cidade galega para ver a vitória sobre a Cultural Leonesa, um entre 29 mil espetadores, recorde do terceiro escalão, que encaixou numa sequência de 14 jogos sem perder e onde só foram consentidos dois empates, estando o Depor perto de subir um degrau do seu inferno e ascender à 2ª Divisão. A magia de Djalminha, além de alimentada pela sua presença, foi acompanhada da apresentação do documentário que tributa a carreira do craque que deixou a patente das lambretas.
"Foi muito saboroso voltar, não só pela homenagem mas mais pela posição na Liga e por tudo o que se está a viver, com esse caminho aberto para a Segunda"
"Foi muito saboroso voltar, não só pela homenagem mas mais pela posição na Liga e por tudo o que se está a viver, com esse caminho aberto para a Segunda. Foi incrível ver a dimensão do amor dos adeptos, o estádio lotado. Vivi uma semana bem emocionante", declarou Djalminha. "Pouco a pouco, passo a passo, esta promoção é importante mas é preciso lembrar que foram anos complicados. Devem subir, pensar em permanecer, crescerem um pouco mais e organizarem-se para estar na Primeira. Pensar no super Depor, nessa equipa que conseguimos, é possível mas com muita paciência", sublinhou, resumindo uma "ligação intensa" à Corunha.
"Digo-o em todos os sentidos, pois foi onde joguei mais tempo, onde conquistei o meu título mais importante, a Liga Espanhola. Tenho um sentimento pelo clube e cidade além do normal, nada comparável ao que possa pensar sobre outros clubes", exalta, absorto com a paixão e carinho à sua volta, conservado na memória de todos com mago de momentos de sumptuoso abuso técnico, ainda ninguém esquece a famosa lambretta. "Ainda desfrutam e recordam esses momentos pela situação o que o clube atravessa, relegado à 3ª Divisão. Ao lembrarem momentos mágicos e de glória e tu estás presente na cidade, o adepto fica em transe!".
Companheiro de Djalminha e um dos jogadores com maior número de partidas pelo Depor, o antigo lateral-direito Manuel Pablo, ainda hoje parte da mobílai do clube através de um cargo na formação, também aceitou falar com o JOGO. "Há dos adeptos uma ilusão gigante que tem aumentado de semana em semana. Está cada vez mais vincada a ideia de que vai ser possível atingirmos o objetivo e sair desta categoria. Têm sido assistências incríveis, o Riazor tem enchido em jogos da Preferente. Estamos todos à espera desse momento de podermos celebrar a tão ansiada subida depois de tantas desilusões", observa. "A equipa sempre lutou por isto mas, em alguns momentos, custou demasiado. Agora há uma comunhão de encanto entre adeptos e jogadores. Tudo anda mais sólido", reconhece Pablo, ciente que a subida marcará corações como um feito de grande calibre.
"Vão celebrar certamente como se fosse um grande título, pois é algo que encerrará anos de sofrimento. Tudo o que rodeia o clube e a cidade é essa expetativa do Depor voltar a competir no futebol profissional e também contra os melhores.", remata Pablo. O Depor, sob comando de Imanol Idiakez, antigo avançado da Real Sociedad, ostenta, de momento, quatro pontos de avanço sobre o Barcelona B, enquanto faltam disputar quatro jornadas, havendo subida direta apenas para o vencedor da série.