Florentino e a Superliga: "Perdemos 8 mil milhões e o salário de Ceferin aumentou..."
Dirigente e um dos mentores da competição elitista, por entre críticas à FIFA e à UEFA pelo combate à criação da mesma, evidenciou confiança na realização da prova, tida como fundamental para a sobrevivência do futebol
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Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e promotor principal da elitista Superliga, salientou que o projeto da competição concorrencial da Champions continua de pé e lamentou as ações da FIFA e da UEFA para impedir a concretização do mesmo, visando particularmente o presidente do órgão que gere o futebol europeu.
"Há um acordo em vigor e a Superliga continua. Ameaçaram-nos com o objetivo de proteger a situação dominante e as equipas inglesas caíram com essa coação. Estamos à espera da decisão do Tribunal do Luxemburgo. As equipas inglesas não saíram, foram coagidas pela FIFA. Nós perdemos oito mil milhões e o salário de Ceferin aumentou. Há gente que tem privilégios e quer mantê-los enquanto o futebol morre. Quis tirar-nos da Champions, mas os tribunais proibiram-no", afirmou Florentino Pérez, à rádio Onda Cero.
Além da desistência de Arsenal, Manchester United, Tottenham e Liverpool, Manchester City e Chelsea, 48 horas após o anúncio da Superliga, o presidente do Real Madrid aludiu ao processo a correr no Tribunal de Justiça Europeu do Luxemburgo com o intuito de aferir se FIFA e UEFA possuem um monopólio sobre o futebol mundial e se o raio de ação das duas entidades poderá ser limitado.
Ademais, Florentino Pérez recusou, na mesma entrevista à rádio espanhola, a ideia de que a projetada Superliga é uma competição fechada - apenas 15 clubes teriam, conforme anunciado em abril passado, lugar reservado na mesma; mais cinco por convite - e salientou a diferença de atratividade de determinados clubes.
"O Sevilha e o Villarreal, por exemplo, terão a sua hipótese. Partimos pela história que tem cada um. As audiências baixam e temos de começar por aqueles clubes que têm mais seguidores. Um jogo da Roma não é mais atrativo do que um jogo do Manchester United", considerou o dirigente espanhol dos merengues.
O presidente do Real Madrid alertou que os valores económicos associados à comercialização de direitos televisivos, para transmissão dos jogos, têm baixado consecutivamente nos últimos anos e que, a seu ver, a sobrevivência do desporto-rei está dependente do poderio financeiro dos próprios clubes.
"O futebol perdeu interesse, não tem atrativos. Os direitos televisivos baixam e esse é o problema. Queremos satisfazer toda a gente e por isso torna-se menos atrativo. Esta Superliga é formada pelas equipas que têm mais seguidores em todo o Mundo. Se não há dinheiro, o futebol morre", atirou.