Florentino Pérez e as duras críticas à Superliga: "Não são verdade, foi tudo manipulado"
Presidente do Real Madrid não se arrepende de ter lançado a competição da forma que foi feito.
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Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, continua a defender a ideia da criação da Superliga europeia, mesmo depois de apenas o emblema merengue e o Barcelona se manterem no projeto, entre os 12 clubes fundadores.
Em entrevista ao jornal AS, o líder máximo dos "blancos" garante não se ter arrependido de lançar o projeto da forma que foi feito.
"Arrependo-me? Não, porque mesmo que se fizesse de uma forma ou de outra, a reação desses poucos privilegiados teria sido a mesma", começou por dizer, explicando que já em janeiro o projeto havia sido apresentado, mas a UEFA não terá dado espaço para discutir os pormenores.
"Em janeiro o presidente da UEFA lançou duras advertências à Superliga. Quisemos discutir os detalhes com a UEFA, mas não deram tempo sequer. Organizou-se uma operação orquestrada, manipulada, como eu nunca havia conhecido. Nunca vi algo parecido. Vimo-nos obrigados a ir para a justiça, que emitiu uma medida cautelar que diz tudo. Ordena à UEFA e à FIFA, e também às ligas e federações nacionais que se abstenham de adotar qualquer medida ou ação, declaração ou comunicado, que impeça a preparação da Superliga. Na minha opinião, essa sentença acaba com o monopólio da UEFA. Mas mesmo depois de ter sido emitida na terça-feira, o presidente da UEFA insistiu nas suas ameaças na quarta-feira. São atos que vão contra a livre competência da União Europeia, e é algo muito sério", explicou.
Quanto à polémica gerada pela nova competição, que foi acusada de ir contra os campeonatos domésticos e que "escolhe" os participantes por dinheiro e não por mérito desportivo, Florentino garante que ambas as coisas "não são verdade".
"Não são verdade, nem uma coisa nem outra. Foi tudo manipulado. Não é um plano que exclua alguém nem vai contra as ligas. O projeto da Superliga é o melhor possível e foi feito para ajudar o futebol a sair da crise. O futebol está gravemente ferido porque a sua economia se está a afundar e a Superliga tem como objetivo que flua mais dinheiro para todo o futebol. Pensou-se em dar mais interesse aos jogos", disse o presidente do Real Madrid.
"E acho que a nova reforma da UEFA não dá a solução para o problema, porque o que foi apresentado não é melhor do que o que há neste momento. E, além disso, não podemos esperar até 2024. Mas alguma coisa teremos feito mal. Vamos dar a volta e confrontar ideias. Jogarem os quatro primeiros de cada país talvez seja a solução. Não sei, mas algo tem de se fazer, porque os jovens entre os 14 e 24 anos estão a abandonar o futebol, porque lhes aborrece face a outras formas de entretenimento que preferem. Há quatro milhões de adeptos de futebol em todo o mundo e metade deles são fãs de clubes da Superliga. O futebol é o único desporto global", concluiu.