O técnico português não esperava o comportamento do seu antigo líder, agora colega de profissão, sobretudo após os sacrifícios que fez, defende, para ajudá-lo a ser campeão no Sporting, em 2001/02
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A frustração de não conseguir ganhar à equipa de Sá Pinto é a única explicação que o português encontra para o ataque de que foi alvo por parte do seu antigo treinador, Laszlo Boloni, ao lado do qual deu o último cetro de campeão aos verdes e brancos. O romeno foi ácido após o duelo com o ex-avançado e este considera que merecia outro respeito e até um agradecimento.
Houve um episódio recente no qual foi alvo de palavras duras de Boloni, o treinador com o qual foi campeão no Sporting. Como encaixou essa situação?
Foi dizer que fiz um jogo quando fomos campeões, mas fiz dez. Saí lesionado com o FC Porto, depois voltei à quinta jornada e estávamos em 15.º! Ele disse que "Deus não quer ser Sá Pinto"... A equipa dele, o Antuérpia, era candidata e rival direta, mas fomos superiores nos dois jogos e, como não gostou do que lhe disse, terá ficado triste com a minha frontalidade e com a verdade do jogo. Disparatou. Não soube confrontar-me. Foi muito infeliz. [No Sporting] Voltei depois de sair lesionado com o FC Porto, íamos em várias vitórias seguidas e vínhamos de um 6-0 ao Paços de Ferreira. Lesionei-me no jogo seguinte, no 6-1 ao Halmstads... E ele vem dizer que só fiz um jogo e que não tive importância? Denegriu a minha imagem. Voltei à equipa lesionado, precisavam, estávamos em 15.º. Joguei, joguei... até que me rebentei, quando já estávamos em quarto lugar.
Esperava outro tipo de comportamento?
Esperava que me dissesse "obrigado, Ricardo, pelo teu esforço", e afinal denegriu-me. E eu elogiei-o quando cheguei à Bélgica. Fiquei perplexo. Fomos os últimos campeões no Sporting e na altura dizia-me que era o jogador mais importante para ele. Como pode dizer estas coisas lá fora? Fiquei revoltado e triste. Não posso com pessoas ingratas. Não merece importância nem respeito.