Hakan Sukur marcou o golo mais rápido da história em Mundiais em 2002 e ainda é o maior goleador de sempre da seleção da Turquia, mas não pode voltar ao seu país sob pena de prisão ou até morte
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Hakan Sukur, com um saldo de 51 golos em 112 internacionalizações, continua a ser o maior goleador da história da seleção turca, podendo gabar-se ainda de ter marcado o golo mais rápido de sempre em Mundiais, frente à Coreia do Sul em 2002, no qual precisou de apenas 11 segundos.
Apesar desses feitos, o antigo avançado, que marcou 293 golos em 553 jogos ao serviço do Galatasaray, clube onde passou a maior parte da carreira, não pode colocar um pé em solo turco, sob pena de prisão ou até mesmo morte.
Essa condição começou após Sukur ter sido vinculado politicamente ao ativista Fethullah Gulen, acusado pelo presidente Recep Erdogan de planear várias tentativas de golpe de Estado, o que levou a que todos os seus alegados “seguidores” fossem declarados terroristas.
Além disso, o ex-jogador também causou polémica no seu país ao ter declarado numa conferência de imprensa: “Sou albanês e como tal, não sou turco”, tendo sido ainda acusado de insultar Erdogan.
No culminar de todas estas polémicas, foi emitida na Turquia uma ordem de detenção em nome do antigo avançado, atualmente com 51 anos, que se viu obrigado a fugir para os Estados Unidos para escapar à prisão, perdendo a nacionalidade e todos os bens que possuía.
“Não me resta nada em nenhuma parte do mundo. Erdogan tirou-me tudo: o meu direito à liberdade, o meu direito a explicar-me, a expressar-me, o meu direito ao trabalho... É o meu país e amo o meu povo, apesar de que as suas ideias sobre mim estejam distorcidas pela imprensa controlada”, lamentou em 2018, em declarações ao jornal “The New York Times”.
Em solo norte-americano, Sukur iniciou uma nova fase da sua vida em San Francisco, no estado da Califórnia, onde trabalha atualmente como condutor de Uber, vendedor de livros e ainda treinador de futebol de formação.
“Nunca fiz nada ilegal, não sou um traidor nem um terrorista”, sentenciou na altura o ex-goleador, que se despediu dos relvados em 2008, depois de ter representado o Sakaryaspor, Bursaspor, Galatasaray (Turquia), Torino, Inter, Parma (Itália) e Blackburn Rovers (Inglaterra) na carreira.