O selecionador nacional aproveitou para criticar a forma como a Islândia se defendeu, garantindo que a Áustria terá outro comportamento, num jogo com poucas alterações
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Fernando Santos, selecionador de Portugal, acredita que o embate com a Áustria será muito diferente do jogo de estreia, no empate amargo contra a Islândia. Tudo porque o adversário detém caraterísticas muito particulares. E pese o empate de estreia, mudanças só pontuais.
"Alterações? Não vou dizer. Revolução não vai haver. Não faz sentido. Mas já disse que o jogo é diferentes, adversário e caraterísticas diferentes, mas todas as seleções fazem alterações pontuais para refrescarem um pouco as equipas, porque temos jogos a cada três dias; portanto é normal que numa ou outra posição se refresque a equipa. A revolução foi em 1974."
"Áustria com ADN de Portugal"
"A Áustria é mais ofensiva que a Islândia e não me parece que se vá apresentar diferente do projetado. Tem uma matriz distinta, mais próxima da portuguesa, gosta de ter bola e assumir o jogo, de atacar. Portanto, tem muitas semelhanças com Portugal, com ADN e matriz semelhante ao nosso, e muito diferente da Islândia, que se limita a defender, e bem. Já tinha dito que era uma equipa pragmática, mas nos outros jogos ainda tentava sair a jogar, já contra nós, nem isso. Mas a Áustria, até pelos jogadores ofensivos que tem, não se recusa atacar, pelo que espero por um jogo aberto, com duas equipas a querem praticar bom futebol."
"Não há pressões mínimas"
"Nestas competições não há pressões mínimas, e este jogo enquadra-se no mesmo contexto, independentemente dos resultados da primeira jornada. A Áustria tem boa dinâmica ofensiva, gosta de tomar conta do jogo, de ter iniciativa, mas nós também. Claro que os resultados da primeira jornada mudam um pouco o cenário mas não altera a pressão de ter de ganhar."
"Não são duas equipas malucas"
"Tenho uma grande confiança nos jogadores, fortemente motivados para vencerem qualquer jogo. Respeitamos o adversário sem a presunção que somos melhores, mas queremos vencer. Como havia dito, estes três adversários são muito fortes."
"Houve coisas boas no jogo anterior e outras menos conseguidas, mas não foi por falta de vontade, pois os atletas deram o melhor e tiveram boa atitude. Agora as nuances são diferentes e são precisos equilíbrios para assumir o jogo. Não são duas equipas malucas, que jogam à balda, sem equilíbrio no seu jogo."
"Sem caixotes"
"A Áustria não vai colocar 10 jogadores no último terço do campo, não tem essas caraterísticas e a Islândia, depois do golo marcado, pôs 10 jogadores atrás da linha de bola. Portanto, ninguém vai jogar dentro do caixote. Vai ser um jogo aberto, com atletas de qualidade que vão querer criar desequilibrios. Claro que vamos ter dinâmicas diferentes e não vamos ter 70 por cento de posse de bola; o jogo vai ser muito mais repartido. Vamos ver o que a partida vai ditar. Conhecemos bem a Áustria, a sua capacidade coletiva e estamos preparados para isso."
"Sofremos por nós e pelos portugueses"
"Há sempre um momento de embate, no publico que estava no estádio... A desilusão foi aqui, em Portugal e nos jogadores, no grupo, porque sente por nós e por eles. Mas como tudo na vida, há o momento seguinte e rapidamente tudo voltou ao normal, porque não são precisos grandes dotes de imaginação para confiamos na nossas capacidades. A confiança dos atletas não foi abalada, eles sabem que ela existe e rapidamente disseram 'somos capazes, temos qualidade e vamos para a luta' e amanhã há que fazer tudo o que está ao nosso alcance para levarmos o povo festejar, em euforia, nas praças."
"Hungria está de volta"
"A equipa da Hungria tem vindo a evoluir muito. Vi os seus jogos da fase de apuramento, até porque eram do grupo da Grécia, que eu treinei, e foi a que mais foi crescendo. Aliás, acho que houve um momento de viragem: foi numa segunda parte com a Croácia, num jogo particular. A partir daí foi sempre a crescer. Está bem organizada, tem bons atletas para o contra-ataque. Além disso, tem grande história no futebol mundial e os jogadores em campo querem mostrar que a Hungria está de volta."
"Quaresma? É uma possibilidade"
"Ronaldo, Nani e Quaresma juntos? É uma das possibilidades, agora vamos ver se vai, ou não, acontecer."