Fernando Santos pouco preocupado com egos polacos: "Sempre treinei grandes jogadores"
Fernando Santos orientou a seleção da Grécia, entre 2011 e 2014, e a de Portugal, entre 2014 e 2022, pela qual conquistou o título europeu, em 2016, e a Liga das Nações, em 2019, os únicos troféus conquistados pela equipa das "quinas"
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Fernando Santos quer "deixar um legado" no futebol polaco, à semelhança do que considerou ter feito em Portugal e na Grécia, disse esta terça-feira o treinador português, campeão europeu em 2016, durante a apresentação como selecionador da Polónia.
"Quero fazer na Polónia o que fiz na Grécia e em Portugal. Quero deixar um legado, algo que permaneça (...), quero lançar as bases para a construção de uma nova seleção, centrando-me também nas camadas jovens", afirmou Fernando Santos, em conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional Kazimierz.
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Fernando Santos orientou a seleção da Grécia, entre 2011 e 2014, e a de Portugal, entre 2014 e 2022, pela qual conquistou o título europeu, em 2016, e a Liga das Nações, em 2019, os únicos troféus conquistados pela equipa das "quinas".
"A partir de hoje sou polaco, sou um de vós", resumiu o técnico, de 68 anos, um dia após o anúncio oficial da sua contratação como selecionador da Polónia e pouco mais de um mês depois de ter deixado o comando da seleção portuguesa, afastada nos quartos-de-final do Mundial'2022, no Catar.
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Fernando Santos prometeu "devolver a paixão e a alegria" à representação polaca, assinalando que "os clubes trabalham muito a componente física", pelo que, "na seleção, as questões mentais e emocionais são mais importantes" para extrair o melhor desempenho dos jogadores".
O treinador abordava o alegado descontentamento de alguns dos futebolistas mais influentes da equipa sob a liderança de Czeslaw Michniewicz, que conduziu a seleção polaca no Mundial'2022, no qual acabou foi eliminada nos oitavos de final pela França, finalista vencida da competição.
"Felizmente, sempre treinei grandes jogadores. Cada um tem a sua mentalidade e personalidade e o selecionador deve saber lidar com elas", sustentou Fernando Santos, protagonista de um diferendo com o avançado Cristiano Ronaldo durante a fase final do Campeonato do Mundo.
O novo selecionador polaco voltará a trabalhar com outra superestrela do futebol mundial, o avançado Robert Lewandowski, jogador com maior número de internacionalizações (138) e golos (78), deixando, desde já, um "aviso à navegação": "Durante os treinos, quem manda sou eu, os jogadores têm de respeitar isso e sempre o fizeram".
Em 109 jogos, Fernando Santos conseguiu 67 vitórias, 23 empates e 19 derrotas, a última das quais frente a Marrocos, por 1-0, nos quartos-de-final do Mundial'2022.
Antes, teve uma primeira experiência em seleções com a Grécia, país em que treinou também PAOK, Panathinaikos e AEK, numa vasta carreira como treinador em que foi campeão nacional pelo FC Porto, ganhou duas Taças de Portugal e duas Supertaças, e orientou também Sporting, Benfica, Estrela da Amadora e Estoril.