Fenerbahçe justifica boicote à Supertaça: "Não entrámos em campo para ganhar..."
O emblema de Istambul apresentou-se na final da Supertaça da Turquia com uma equipa de sub-19, que abandonou o relvado após sofrer um golo do Galatasaray aos três minutos
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O Fenerbahçe emitiu esta segunda-feira um comunicado em que explica o que motivou o seu boicote, no domingo, à final da Supertaça da Turquia, que perdeu para o Galatasaray após se ter apresentado em campo com uma equipa de juniores, que abandonou o relvado após sofrer um golo de Mauro Icardi logo aos três minutos.
Desde logo, o emblema de Istambul, que ocupa o segundo lugar do campeonato turco, a dois pontos do líder Galatasaray, diz-se prejudicado pela gestão da federação local de futebol ao longo dos últimos 20 anos, enumerando alguns dos casos que motivam essa alegação.
“Perdemos o campeonato três vezes em sete épocas nos últimos jogos, especialmente no jogo frente ao Denizlispor em 2006, quando o jogo foi parado várias vezes devido a substâncias estrangeiras terem sido lançadas para o campo. Na época 2010/11, fomos falsamente acusados de viciação de resultados por uma organização terrorista infiltrada no Estado e lidámos com processos legais. De 2011 a 2021, aguentámos uma batalha legal de dez anos antes de provarmos a nossa inocência. Sofremos perdas comerciais significativas e depreciação do valor da companhia devido à armadilha colocada ao clube”, é um dos exemplos referidos.
Também se queixando da falta de segurança no futebol turco, com um alvejamento ao seu autocarro em 2015 – os responsáveis nunca foram identificados – e o recente ataque à equipa levado a cabo por ultras do Trabzonspor, a 17 de março, o Fenerbahçe diz-se injustiçado pela forma como essas situações foram geridas e avaliadas disciplinarmente pela Federação Turca de Futebol.
Nesse sentido, e já depois de ter visto pedidos para que a final da Supertaça tivesse um árbitro estrangeiro e fosse adiada para uma data posterior serem rejeitados pela federação, o emblema salientou que nunca teve o objetivo de disputar essa partida com o Galatasaray, em jeito de protesto.
“Na sequência destas decisões e em resposta à rejeição final da Federação Turca de Futebol, além de todas as injustiças que enfrentámos, o Fenerbahçe ficou muito perto de vencer a final da Supertaça ao apresentar a sua equipa de sub-19. Enfatizamos que entrámos em campo não para ganhar, mas para defender a verdade. Tal como defendemos o desporto turco com a nossa história de 117 anos, com milhares de troféus com marcas do nosso trabalho duro e da nossa dedicação no nosso museu e enquanto o maior clube desportivo do mundo, com 30 milhões de adeptos que sentem os valores nacionais do nosso país, fizemos frente à ilegalidade e à injustiça ontem, hoje e continuaremos a fazê-lo amanhã”, completam.