FC Porto, Sporting, Sérgio Conceição e tantas outras: as reações à morte de Eriksson
Antigo treinador sueco do Benfica morreu este segunda-feira, vítima de cancro
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O sueco Sven-Goran Eriksson morreu esta sexta-feira em casa, aos 76 anos, depois de uma luta contra um cancro no pâncreas, informou a família do antigo treinador do Benfica e da seleção inglesa de futebol.
“Após longa doença, SGE [Sven-Goran Eriksson] faleceu durante a manhã, em casa, rodeado pela família”, pode ler-se em nota publicada na página oficial do treinador, num comunicado também replicado pelo empresário do técnico, Bo Gustavsson.
Na mesma nota, pede-se reserva para a família no momento de luto e informa-se que as condolências podem ser endereçadas na página oficial (www.svengoraneriksson.com).
Eriksson notabilizou-se enquanto treinador ao serviço do Gotemburgo, o que o conduziu ao Benfica em 1982/83, mantendo-se por duas épocas na Luz, antes de regressar em 1989, para mais três temporadas pelas águias.
No Benfica, o treinador, trazido pelo empresário Borge Lantz, após a conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo, revolucionou o futebol dos encarnados, com ideias inovadoras à época, e conduziu a equipa a três campeonatos (1982/83, 1983/84 e 1990/91), a uma Supertaça (1989/90) e a uma Taça de Portugal (1982/83).
Eriksson liderou também as águias na final da Taça UEFA de 1982/83, perdida para o Anderlecht, em eliminatória a duas mãos, e na final da Liga dos Campeões de 1989/90, em que perdeu com o AC Milan (1-0), em Viena.
Os resultados na primeira passagem pelo Benfica levaram o treinador a ser cobiçado na Europa, levando-o em períodos distintos à Série A, como treinador da Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio.
Mais tarde, desempenhou funções de selecionador de Inglaterra, México, Costa do Marfim e Filipinas, mas também foi treinador do Manchester City, Notts County, Leicester, Shanghai SIPG, Guangzhou, entre outros.
No início do ano, o treinador revelou ter sido diagnosticado com um cancro do pâncreas em fase terminal e que teria, de acordo com parecer clínico, menos de um ano de vida.
A informação mereceu uma onda de solidariedade e lembrança ao treinador, que chegou a ser homenageado presencialmente por alguns dos clubes pelos quais passou, desde o Gotemburgo à Sampdoria, mas também o Benfica.
Os encarnados receberam o treinador no Estádio da Luz em abril, antes de um jogo europeu com o Marselha, para a Liga Europa, e Eriksson foi ovacionado de pé pelos adeptos, mas também por muitos jogadores que treinou e que estiveram nesse dia ao seu lado.
Toni, que foi seu adjunto, e futebolistas como Maniche, Rui Águas, César Brito, Humberto Coelho, Shéu Han, Filipovic, Valido, Veloso, João Alves, Vítor Paneira, Bastos Lopes, Valdo, Diamantino, Carlos Manuel ou Álvaro Magalhães foram alguns dos seus antigos jogadores que o ladearam, depois de lhe prestaram um corredor de honra, entre aplausos e cumprimentos.
“Eriksson: desde de 1982, até ao fim”, escreveram os adeptos.
Eriksson orientou o emblema laziale entre 1997 e 2001, num período em que coincidiu com os antigos internacionais portugueses Fernando Couto (três épocas) e Sérgio Conceição (duas). LER MAIS
Stefan Schwarz, ex-médio sueco que representou o Benfica entre 1990 e 1994, tendo sido contratado pela mão de Sven-Goran Eriksson, reagiu esta segunda-feira à morte do seu antigo treinador, aos 76 anos, vítima de cancro.
“Obrigado Sr. Eriksson por tudo o que fizeste pela família do futebol e pelo jogo bonito! Foste absolutamente um dos melhores e que mais fez pelos valores certos: fair play, integração, respeito, educação, trabalho árduo... Serás sempre um dos melhores treinadores a ter vencido a fazer dos teus clubes/equipas campeãs!! A forma como abraçaste os teus últimos meses/semanas mostram a todos nós que eras especial. As minhas condolências para a família Eriksson neste momento difícil e duro. Descanse em paz”, escreveu nas redes sociais.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, mostrou-se “profundamente entristecido” pela morte do sueco Sven-Goran Eriksson, aos 76 anos, lembrando-o como um “inovador e verdadeiro embaixador” do futebol que praticou, antes de ser treinador.
“Estou profundamente entristecido ao saber da morte de Sven-Goran Eriksson. Como treinador, foi um grande inovador e um verdadeiro embaixador do nosso jogo bonito, conquistando troféus nacionais em três países europeus diferentes, além de duas conquistas continentais, com o Gotemburgo e a Lázio”, pode ler-se numa declaração hoje divulgada.
Infantino, citado na conta na rede social X do organismo de cúpula do futebol mundial, lembrou a longa carreira e a “influência global”, não só como selecionador de Inglaterra, México, Costa do Marfim e Filipinas, como nos clubes um pouco por todo o mundo, incluindo o Benfica.
“Como pessoa do futebol, liderou com entusiasmo e um sorriso. Em nome da FIFA e da nossa comunidade global, envio condolências à família e amigos neste momento difícil”, acrescentou o dirigente.
O Gotemburgo lamentou esta segunda-feira a morte do treinador Sven-Goran Eriksson, a quem diz estar grato por tudo o que fez pelo clube, mas também pelo futebol da Suécia.
“Estamos tão gratos pelas suas proezas, aquilo que fez no IFK Gotemburgo e pelo futebol sueco. Estamos também felizes por lhe podermos ter dito obrigado na primavera, em jogo em sua homenagem e ao dar o seu nome a uma das bancadas”, assinalou o clube, em comunicado divulgado no site oficial.
A reação surgiu pouco após a morte hoje de Eriksson, comunicada pela família, após a luta do antigo treinador contra um cancro no pâncreas, com o Gotemburgo a explicar que partilha a dor com a família e os amigos de 'Svennis'.
No mesmo comunicado, o emblema nórdico lembra que foi no Gotemburgo que Eriksson se notabilizou, conquistando o campeonato, a Taça da Suécia, por duas vezes, e a Taça UEFA, num período entre 1979 e 1982.
Foi precisamente no último ano que o sueco conquistou o primeiro troféu europeu do clube e mudou-se na época seguinte para o Benfica, presidido então por Fernando Martins e pela mão do empresário Borje Lantz, radicado em Cascais.
“Quando Svennis chegou ao IFK Gotemburgo em 1979, causou uma impressão tremenda no futebol sueco. Tal como o fez no estrangeiro, com sucessos no Benfica, Roma, Sampdoria e Lazio, só para nomear alguns”, acrescentou o clube.
Diego Simeone (treinador do Atlético de Madrid e antigo jogador de Eriksson na Lázio): "Obrigado por tudo, Míster. Descanse em paz".
“A primeira palavra que nos vem à mente quando pensamos nele é dignidade. Dignidade desportiva, pela classe e respeito evidenciados em todos os momentos em mais de 40 anos de carreira. Dignidade humana por ter enfrentado com coragem e serenidade um adversário bastardo como o cancro, que o levou aos 76 anos. (…) Sven não nos deixa apenas um terceiro lugar histórico, uma Taça de Itália na estante ou uma final da Taça das Taças, que, simplesmente, escapou. Sven deixa-nos emoções, memórias indeléveis e, acima de tudo, um grande legado moral. Como cavalheiro amante do futebol que era. ‘Espero que se lembrem de mim como um homem positivo, que tentou fazer tudo o que era possível. Não lamente, sorria’. Faremos exatamente isso".
"Estou triste por ouvir sobre a morte de Sven-Goran Eriksson. Conheci-o várias vezes enquanto selecionador de Inglaterra e fiquei sempre fascinado pelo seu carisma e paixão pelo desporto. Os meus pensamentos estão com a sua família e amigos. Um verdadeiro cavalheiro deste desporto".
Mensagem de condolências de Claudio Lotito, presidente da Lázio:
“A Lázio lamenta o falecimento de Sven-Göran Eriksson: a sua coragem para enfrentar a doença que o atingiu foi um exemplo e uma lição para todos os que o ouviam. Durante as entrevistas que deu nos últimos meses, conseguiu incutir o amor pela vida e pelo futebol. Não foi apenas o treinador mais bem sucedido da história da Società Sportiva Lazio, mas sobretudo um homem íntegro e uma pessoa requintada e cavalheiresca, qualidades que sabia misturar com a clássica desenvoltura nórdica.
Lembro-me dele no Estádio Olímpico de Roma, entusiasmado como uma criança, por ocasião do seu regresso à capital, falámos durante muito tempo. Fiquei impressionado com a sua serenidade, abraçámo-nos com força. Vi-o caminhar em direção ao relvado e, a um ritmo lento, deu a volta ao estádio. Todos os nossos lazianos, à sua passagem, gritavam frases de agradecimento e de afeto, uma emoção quase palpável, as lágrimas corriam-lhes pelo rosto, ele sabia responder aos encorajamentos com a força do seu sorriso.
Gostaria de o abraçar de novo, de lhe sussurrar ao ouvido que a Lázio nunca o esquecerá. Envio as minhas sinceras condolências à sua família, o futebol e o mundo perderam um grande homem”.
"Quero em nome pessoal e em representação do Sindicato dos Jogadores manifestar o mais profundo pesar pela morte de Sven-Goran Eriksson.
Sendo inequívoco aquilo que deu ao futebol, não apenas pelo que fez ao longo da carreira, com destaque para os cinco títulos no futebol português, mas pela forma como marcou diferentes gerações, hoje é um dia particularmente triste.
Tive a oportunidade de o encontrar em abril deste ano, na homenagem que o SL Benfica devidamente lhe prestou, com a presença dos seus antigos jogadores.
A família do futebol certamente não esquecerá este treinador emblemático. Um exemplo de integridade pessoal e desportiva, conhecedor do poder transformador do futebol na sociedade.
Uma figura incontornável que a saúde traiu, mas que nunca perdeu a boa disposição.
Deixo um abraço à família e muitos amigos que deixa.”
"A marca de Eriksson no futebol português foi a de um revolucionário", escreve o clube da Luz.
Fernando Gomes, presidente da FPF, deixou uma mensagem de condolência.