Relatório técnico da principal prova da UEFA relativo à época passada diz que as equipas lusas são das que mais foram ao banco. FC Porto, Sporting e Inter de Milão foram quem mais jogadores trocou na última Champions, com uma média próxima dos cinco por partida. Suplentes tiveram impacto e Rodrygo é o melhor exemplo.
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Campeão europeu em 2019 e finalista vencido na última época, o Liverpool é um dos nomes em destaque no relatório técnico da Liga dos Campeões 2021/22 que a UEFA divulgou. Os "reds" são referidos por terem sido uma das equipas que mais suplentes utilizou ao longo da competição, que - diz o documento - registou um forte impacto dos jogadores vindos do banco.
Jurgen Klopp fez, em média, 4,8 trocas de jogadores por partida, mas ainda assim ficou abaixo de um trio composto por FC Porto, Sporting e Inter de Milão. Das 60 alterações operadas pelo treinador alemão, 27, ou seja, quase metade, serviram para fazer entrar centrocampistas.
O relatório da UEFA não detalha o número médio de substituições feitas por Sérgio Conceição e Rúben Amorim, mas estando acima da cifra de Klopp, é fácil perceber que ainda está mais próxima das cinco por encontro. Aquilo que surge pormenorizado é o número de jogadores utilizados pelos "reds" na pretérita Champions: 28, o segundo mais elevado, apenas atrás dos 31 do Manchester United.
Não deixa de ser curioso lembrar que, tendo sido a segunda temporada completa em que foram autorizadas as cinco substituições nas provas europeias (e na maioria das ligas nacionais), em Inglaterra ainda só era possível efetuar três. Só agora, em 2022/23, podem fazer-se as cinco.
Ainda dentro das ligações à Premier League, o Manchester City, semifinalista na última época e finalista vencido, no Estádio do Dragão, em 2021, realiza poucas substituições quando comparado com os casos atrás descritos. Guardiola fez uma média de 3,6, tendo optado por outra estratégia, que de resto lhe é característica, para refrescar a equipa: mudar de jogadores de um encontro para outro. O espanhol utilizou 26, que é o quinto valor mais elevado da última época, em claro contraste com a média de substituições, os tais 3,6, que constitui o quarto valor mais baixo das 32 equipas em prova.
Revelando que nos 29 jogos da fase a eliminar houve golos de suplentes em 11 deles (38%), o relatório da UEFA sublinha aquele que, vindo do banco, maior peso teve: Rodrygo, o avançado lançado por Ancelotti, que marcou dois minutos depois de ter entrado, na primeira vez que tocou na bola, mudando radicalmente o curso dos quartos de final contra o Chelsea e, eventualmente, do desfecho da competição, que acabaria por ser ganha pelo Real Madrid. O avançado brasileiro é mesmo um caso especial da última edição desta prova, pois quatro dos cinco golos que apontou surgiram após os 80 minutos (80", 89", 90" e 90"+1").
Sporting soube rentabilizar
Dois dados fizeram do Sporting uma das equipas mais eficazes da última fase de grupos da Champions. Por um lado, os comandados de Rúben Amorim transformaram em golo cada um dos 14 cantos marcados - o terceiro melhor resultado, a par de Chelsea e Atalanta e só atrás de A. Madrid (11) e Milan (9). Mas ainda mais significativa é a taxa de eficácia dos remates: com 17,9% dos tiros a acabarem em golo, os leões foram os melhores neste item. Outro em que surgem no topo é o do tempo médio das jogadas de golo (9,1 segundos, terceiro mais rápido) e do número médio de passes para lá chegar (dois).