Fàbregas contesta "muitos automatismos" no futebol: "O jogo está robótico"
Espanhol crê que os técnicos dão, atualmente, demasiada importância às informações científicas recolhidas em ambiente de treino e de jogo. "Tudo se baseia em dados", disse
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A modernização do futebol, com a aplicação da ciência, desagrada Cesc Fàbregas. O médio do Mónaco considera que os treinadores sobrevalorizam dados analíticos para fazer escolhas e que os jogadores têm cada vez menos liberdade de ação.
"A mudança nota-se bastante. As metodologias são muito baseadas em automatismos, faz-se um jogo robótico. O jogador tem de estar colocado num sítio concreto e fazer um passe para onde o treinador disser", principiou Fábregas.
"Se não apresentas determinados números, não estás preparado para jogar. (...) Fiz ótimas épocas sem estar bem física e animicamente. Parece que, se não treinas, não estás bem. Tudo se baseia em ciência e em dados", juntou o médio.
Em entrevista ao jornal "Marca", o futebolista do Mónaco depreende que o futebol está a tornar-se "físico" por excesso e que isso se sobrepõe à qualidade técnica.
"O treinador moderno quer o jogador a um nível alto fisicamente. Se um é mais rápido do que outro, que tem um pouco mais de talento, joga esse. Não tenho dúvidas", concluiu Fàbregas, que admitiu que "gostaria de ser treinador".