Ex-Sporting desmonta o Chelsea: o jogador que pode ser chave e as dicas ao FC Porto
ENTREVISTA - Matheus Pereira, carrasco dos londrinos, explica a receita para o FC Porto bater o adversário dos quartos de final da Champions. Esteve nos cinco golos do seu WBA e conversou com O JOGO a propósito disso e não só.
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Foi com as emoções da vitória e da exibição de gala frente ao Chelsea no sábado [marcou dois golos, ofereceu outros tantos e esteve na génese de mais um], que Matheus Pereira conversou com O JOGO antes de se juntar à família para um almoço de Páscoa.
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O luso-brasileiro explicou a estratégia adotada pelo West Bromwich Albion para marcar cinco golos em Stamford Bridge, apontou o controlo da profundidade como uma debilidade dos "blues" e indicou que Marega, Corona, Otávio e Sérgio Oliveira poderão ser determinantes no sucesso portista.
Que parte da estratégia utilizada pelo WBA pode o FC Porto aproveitar para superar o Chelsea?
-[risos] Eu não sou o Sérgio Conceição, mas acho que o FC Porto sabe o que terá de fazer, até porque os nossos sistemas são diferentes. Nós utilizámos três centrais e um meio-campo compacto com o Chelsea, porque eles têm uma boa equipa. Mas o FC Porto tem estado muito bem na Liga dos Campeões e vai querer fazer história. Então, acredito que o Sérgio vai saber encontrar as soluções certas, tal como fez contra a Juventus. Só posso desejar boa sorte e que joguem com vontade.
Que tipo de fraquezas tem o Chelsea?
-Tem algumas debilidades, como todas as equipas. A nossa estratégia passou por estarmos compactos e atacarmos o espaço que eles dão na profundidade. Parece-me que esse pode ser um ponto chave do jogo. Não digo que o FC Porto tem de sair a jogar em contra-ataque, porque nós também jogámos em ataque posicional em vários momentos e tivemos oportunidades. Mas o Chelsea também tem um ataque posicional muito forte. Por isso, será o jogo a ditar o que o FC Porto pode ou não fazer.
Tendo em conta essa dificuldade no controlo da profundidade, acredita que o Marega, que gosta gosta muito de a explorar, poderá ser um elemento-chave no eventual sucesso do FC Porto?
-Sim, acredito muito que o Marega poderá aproveitar esse espaço que o Chelsea dá em profundidade. Mas acho que tanto o Corona, como o Otávio e até o Sérgio Oliveira [jogará apenas o jogo da segunda mão] também podem explorar os muitos espaços que eles concedem no meio.
Luso-brasileiro considera que as características de Marega podem fazer mossa nos "blues", que valem pelo coletivo e têm um ataque posicional muito forte. Mesmo assim, confia no apuramento portista
O Chelsea deixou de fora o Giroud e o Mason Mount só entrou ao intervalo. São os jogadores com os quais o FC Porto se deve preocupar mais no sentido de travar o tal forte ataque posicional de que fala?
-Acho que o FC Porto deve preocupar-se com o conjunto, porque o Chelsea tem um conjunto bastante forte, da defesa ao ataque. No nosso caso, não nos focamos apenas com um jogador, mas sim com o coletivo. É verdade que alguns jogadores podem ter momentos individuais excelentes, mas eles valem pelo coletivo.
A utilização de três centrais é a melhor forma de travar esse coletivo?
-Não digo que seja a melhor, mas a verdade é que beneficiou muito o West Bromwich e, felizmente, conseguimos um bom resultado.
A forma como as equipas inglesas se apresentam na Premier League e na Liga dos Campeões por vezes é diferente. Apesar disso, que hipóteses terá este FC Porto frente ao Chelsea?
-Sim, é verdade, as competições são diferentes e a Liga dos campeões é a competição que todos querem jogar. Não digo que a Premier League não seja, mas a Liga dos Campeões é a Liga dos Campeões e cria sempre uma motivação extra. Mas acredito que o FC Porto tem grandes chances de passar esta eliminatória, porque tem jogadores preparados para isso e já o demonstraram no passado. Sou cidadão português e, como tal, ficaria muito feliz se o FC Porto passasse, porque seria bom para o ranking.