Poucas semanas depois de ter deixado o PSG e rumado ao Al Hilal, da Arábia Saudita, o extremo brasileiro recebeu uma carta de uma ex-empregada que se queixa de ter sido obrigada a trabalhar sete dias por semana durante quase dois anos, de forma não declarada
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Na semana passada, o jornal “Le Parisien” revelou que uma ex-empregada de Neymar vai processar o futebolista brasileiro devido a ter trabalhado ilegalmente, num regime de sete dias por semana durante quase dois anos, na sua residência nos arredores de Paris.
A ex-empregada, uma mulher brasileira de 35 anos, mãe de quatro filhos, reclamou 368 mil euros ao extremo brasileiro poucas semanas depois de este ter deixado o PSG e rumado ao Al Hilal, da Arábia Saudita, tendo-lhe enviado uma carta com vista a um acordo amigável que ficou sem resposta.
Esta segunda-feira, a denunciante prestou declarações ao UOL Esporte, onde revelou a forma como foi despedida em outubro de 2022, quando estava grávida do seu quarto filho.
“A secretária chamou-me e disse: ‘Aqui está o teu salário, não precisas de vir mais, resolve a tua vida privada’. Disseram-me para ir buscar o meu dinheiro ao segurança da entrada principal e dei por mim sem qualquer apoio. Até me cortaram a eletricidade durante uma semana”, apontou.
A ex-empregada explicou ainda o que tinha de fazer na antiga residência do extremo canarinho, depois de se ter mudado para Paris em 2018, com os ex-marido e três filhos.
“Estava encarregue da limpeza, de fazer a cama, de tudo o que tinha a ver com a limpeza da casa. A pedido deles, enquanto a casa estava a funcionar, eu tinha de ajudar quem precisava. Uma vez, eu estava a limpar o ginásio e pediram-me para parar e fazer as unhas da Bruna [Biancardi, namorada de Neymar]", recordou.
Fruto de dificuldades financeiras, a mulher decidiu fazer horas extraordinárias na casa: “Aos fins de semana, trabalhava toda a noite. Como tinha de regressar cedo na manhã seguinte, dormia lá. Mas nunca recebi um prémio noturno. Trabalhava as horas que eles me pediam”, criticou.
Recorde-se que, com base em documentos comprovativos, a mulher alega que foi obrigada a trabalhar de forma não declarada para o internacional brasileiro de janeiro de 2021 a outubro de 2022, inclusive até duas semanas antes do nascimento do seu último filho.
“Gostaríamos que fosse feita justiça a esta mãe, que ficou numa situação extremamente precária, e que ela receba simplesmente o que deveria ter recebido se tivesse sido empregue normalmente”, frisou a equipa de advogados encarregue da acusação.
Apesar disso, a carta registada que enviou ao extremo do Al Hilal ficou sem resposta, com um dos representantes do jogador a comentar que “não foi informado” da mesma. Uma justificação que não convence a defesa da ex-empregada, que vai avançar mesmo para a via judicial.