Ex-FC Porto recorda passado de vícios e admite: "Tentei o suicídio três vezes"

Fredy Guarín
X
Fredy Guarín revelou ter batido no fundo quando se estava a separar da ex-mulher e ficou longe dos filhos. Chegou a agredir o pai, a quem pede desculpa diariamente
Fredy Guarín, antigo médio que passou por clubes como o FC Porto e Inter, recordou os anos passados em Itália, quando a separação da ex-mulher e afastamento dos filhos o levou a refugiar-se no álcool.
"Tenho uma família em casa, aproximei-me dos meus filhos, aprecio as pequenas coisas. Agora estou feliz e sei disso. A vida é bela, mas já bati nos portões do inferno. Tive que tocá-los para renascer. Digo sempre que caminhos como o alcoolismo têm quatro destinos: abandono, hospital, prisão e morte. Estava a um passo do último, o fim de tudo", revelou, em entrevista ao Corriere della Serra, frisando que agora está recuperado e dedicado exclusivamente a tentar evitar que outros cometam os mesmos erros.
"Estava a passar mal com a minha situação familiar. Estava a divorciar-me da minha ex-mulher, morava noutra casa e longe dos meus filhos Não conseguia aceitar isso. O álcool era uma tentativa de lidar com o meu desconforto, um refúgio onde me podia esconder. O Zanetti, o Stankovic, o Mancini, o Icardi e o Cordoba e outras pessoas do Inter tentaram ajudar-me, mas o meu problema já era demasiado grande e difícil de controlar. Por isso, tive que sair da Itália", recordou, acrescentando que na China, quando estava no Shanghai Shenhua, o vício piorou. "Só bebia, treinava, jogava", afirmou.
Sozinho num novo país, o futebol acabou por ser a tábua de salvação que ajudou o ex-portista a manter-se ativo durante três anos e meio. Em 2021, acabou a carreira depois de sete jogos e um golo nos Milionários, da Colômbia, e teve nova recaída. "Começaram três anos de autodestruição. Só bebia. Tinha perdido a minha família. Os meus filhos estavam longe, e eu era responsável por essa situação. Pensei em cometer suicídio. E tentei tirar a minha própria vida três vezes. Deus salvou-me", afirmou.
Nessa altura, explicou, o agente e o terapeuta foram os únicos que atenderam o telefonema a pedir ajuda. Internaram-no numa clínica de reabilitação e, seis meses depois, voltou a ver os filhos. "Não quero que eles se aproximem de drogas ou álcool. Se vejo o meu filho com uma cerveja, lembro-o sempre que fui alcoólico."
