Quincy Promes negou ter sido o autor do esfaqueamento do primo, em julho de 2020, mas, esta quarta-feira, escutas da polícia neerlandesa revelaram conversas telefónicas em que o jogador do Spartak de Moscovo confessa o crime
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O portal Goal noticia que, após o esfaqueamento do primo, Promes foi detido e previa-se que viesse a ser acusado de tentativa de homicídio. O extremo neerlandês, que na altura representava o Ajax, negou ter cometido qualquer crime mas escutas adquiridas pelas autoridades neerlandesas revelaram conversas familiares em que o jogador repreende o próprio pai por o ter impedido de matar o primo.
"Porque é que te puseste à frente dele? Salvaste-lhe a vida, eu tê-lo-ia morto, entendes isso, certo?", foram as palavras dirigidas por Promes ao pai, numa chamada telefónica feita meras horas após o esfaqueamento do primo.
Dez minutos depois, o internacional neerlandês ligou à mãe e tia, perguntando onde o primo tinha sido atingido e, depois de lhe responderem que tinha sido na perna, a resposta foi: "Então teve sorte". "Ninguém nos rouba. Não consegui conter-me. Desculpa tia, por favor perdoa-me. A todos, perdoem-me, não consegui resistir. Eu amo-vos demasiado", proclamou ainda o jogador.
Passadas algumas horas, Promes voltou a ligar ao pai, prometendo matar quem ousasse roubar da família. "A minha lealdade está com a minha tia. Se alguém a roubar, eu mato essa pessoa. Ponto. Eu matarei quem te roubar, quem roubar da minha mãe. Há membros na nossa família por quem eu mataria, não quero saber".
"Se alguém for desrespeitador ou tentar falar [mal] sobre a nossa família, eles verão como sou. Só aí verás quem eu sou - não a parte de ser futebolista - mas o meu outro lado. É uma sorte eu já não andar com uma arma, se não aquela coisa [incidente com o primo] teria sido ainda mais feia", avisou o extremo na chamada.
No seguimento da revelação da existência das escutas, o advogado do primo de Promes, Yehudi Moszkowicz, citado pelo jornal neerlandês NOS, garante não haver dúvidas sobre se Promes é culpado do crime. "Promes confessa sem conhecimento. Ele diz ao pai, à mãe e à tia. Ele até fica chateado por o pai ter-se posto entre ele e o primo".
O Ministério Público dos Países Baixos, questionado sobre as razões que levaram ao rastreamento das chamadas telefónicas de Quincy Promes, descartaram abordar o assunto de momento, enquanto as investigações sobre o caso prosseguem.
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