"Entras no Olival com uma camisola vermelha e o segurança diz: 'deves ter-te vestido às escuras'"
ENTREVISTA, PARTE II - Há cerca de três meses, ao serviço do Radomiak Radom, da Polónia, o médio sofreu uma lesão grave, fraturando a tíbia e o perónio. Foi submetido a quatro cirurgias e correu risco de amputação.
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Francisco Ramos esteve quase dez anos no FC Porto, foi campeão da II Liga e estreou-se na equipa principal..
Alinhou quatro jogos pela equipa principal, em 2015/16. O que recorda?
- Tive a felicidade de me estrear, chegar ao auge com que sonhava e jogar no Dragão. O míster Lopetegui já me tinha levado para duas pré-épocas, mas depois foi embora e acabou por ser o míster José Peseiro a dar-me a oportunidade.
Algum jogador o impressionou?
- Não é por ser meu amigo, mas o André André, que por vezes passava despercebido, tinha uma qualidade imensa. Na vertente do espetáculo, o Jesus Corona foi dos melhores que vi jogar, e a treinar era incrível. Foi o jogador que mais me chamou a atenção pela irreverência e pelo que trazia ao jogo, conseguindo desbloqueá-lo sozinho com um drible, um cruzamento ou um remate.
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E treinar no meio dos craques, como Casillas?
- Ele chegou na minha primeira pré-época, como o Maxi Pereira. Fomos para a Alemanha e como acontece nos estágios a quem chega, tive de cantar. Viver no meio deles foi muito especial.
O que faltou para ter mais oportunidades?
-Pode ter-me faltado qualidade para me manter, porque ao mais alto nível tens de ser consistente, mas apanhei uma fase em que o FC Porto trocou muito de treinadores com Lopetegui, José Peseiro e Nuno Espírito Santo. Com o Sérgio Conceição, que está há muitos anos, se ele gostar de um miúdo, pode permitir um processo de continuidade.
Lembra-se de algum pormenor que o levou a pensar que no FC Porto não se brinca em serviço?
- Quando entras no Olival e vais vestido com uma camisola vermelha, tens o Fernando, o segurança, a dizer: "Deves ter-te vestido às escuras." Ali todos os pormenores contam no sentido de se respirar FC Porto, e não é raiva aos outros clubes. Tudo o que está escrito na parede, frases como "Nasci para vencer", assim como a cultura do Sérgio Conceição, fazem o sucesso do FC Porto.
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