Dyego Sousa: o número sete que sempre se sentiu mais português que brasileiro
Avançado chegou a Portugal aos 18 anos para representar os juniores do Nacional. Em novembro de 2017 concluiu o processo que lhe concedeu a cidadania portuguesa e três meses depois já apontava à seleção das quinas. Uma história de persistência
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Dyego Wilverson Ferreira Sousa nasceu a 14 de setembro, em São Luís, capital do Maranhão, Estado do nordeste brasileiro. Na infância, dividia-se entre o camião de entrega de café, conduzido pelo pai, e as viagens de mota, uma das suas recordações mais felizes. A bola, claro, já lá estava; de forma tão presente que aos 15 anos trocou o modesto Moto, clube das suas origens, para rumar ao Palmeiras. Foi aí que tudo começou.
Aos 18 anos, surgiu a oportunidade de se mudar para Portugal: cruzou o Atlântico para integrar os juniores do Nacional, mas a experiência não correu bem, obrigando-o a regressar a Terras de Vera Cruz. Não foi uma queda, apenas um passo atrás, pois em 2010 voltou a descolar rumo a solo lusitano, para representar o Leixões. Contando, pelo meio, com uma passagem perturbante pelos angolanos do Interclube, Dyego começou a dar nas vistas no Tondela, no Portimonense, antes de ser "agarrado" pelo Marítimo.
Em 2017, o Braga chegou-se à frente, apesar de Benfica e Sporting já o andarem a "cheirar". Nesse mesmo ano, em novembro, e após perceber que tinha capacidade para lá chegar, viu ser-lhe concedida a cidadania portuguesa. Era uma questão de tempo até que chegasse a oportunidade.
Foi a O JOGO que Dyego Sousa revelou pela primeira vez a vontade de vestir a camisola de Portugal. Em entrevista ao nosso jornal, na altura em que assinou pelo Braga, em 2017, o avançado admitiu o sonho: "Tenho o sonho de jogar pela seleção portuguesa e o Braga poderá ser uma importante montra", afirmou, então, o jogador, com o sonho de partilhar o balneário com Ronaldo, Nani e Quaresma, sendo que apenas o CR7 continua a ser opção regular.
Fernando Santos fez-lhe a "vontade" e o ponta-de-lança do Braga, um dos mais mortíferos do campeonato português, está convocado para o duplo compromisso que a formação das quinas marcou com Ucrânia (dia 22) e Sérvia (dia 25), ambos no Estádio da Luz. É o sétimo naturalizado a vestir a camisola da seleção. Confira todos os outros nomes:
- Liedson, nascido no Brasil: 15 internacionalizações/4 golos
- Pepe, nascido no Brasil: 103/7
- Deco, nascido no Brasil: 75/5
- Celso Matos, nascido no Brasil: 3/0
- Lúcio Soares, nascido no Brasil: 5/0
- David Júlio, nascido na África do Sul: 4/0