Dois à espreita do onze e um dado a reter: pernas portuguesas estão mais desgastadas
Fernando Santos pode ver-se obrigado a mexer na equipa das Quinas devido a questões físicas. Até porque o seu grupo teve menos dois dias do que o adversário para recuperar após o último jogo disputado.
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Portugal defronta esta noite no Estádio da Luz a seleção da Sérvia, naquele que será o segundo compromisso da equipa das Quinas na corrida para o Europeu de 2020 e após uma "miniqueda" frente à Ucrânia, num embate que terminou num sensaborão 0-0. Agora, contra outra das formações candidatas às duas vagas de acesso à fase final que o Grupo B tem para oferecer, Fernando Santos procura o primeiro triunfo, mas terá pela frente um adversário extra: o desgaste de alguns dos atletas.
Onze provável de Portugal soma quase mais seis mil minutos de jogo do que o da Sérvia esta época
Aliás, contas feitas ao número de minutos dos potenciais titulares das duas equipas, fica notória a desvantagem portuguesa: os seus jogadores têm, contando todas as provas oficiais, nos clubes e na Seleção, quase mais seis mil minutos de competição que os do adversário desta segunda-feira.
O alerta para o peso do cansaço veio até das próprias palavras de Fernando Santos, que deverá, por esse motivo, ser obrigado a mexer no onze que alinhou contra a Ucrânia. Isto porque além do eventual maior cansaço, derivado de uma época mais exigente para muitos dos atletas portugueses, há ainda um fator extra: a equipa das Quinas jogou na passada sexta-feira frente à Ucrânia numa partida a doer, enquanto a Sérvia defrontou a Alemanha num particular e... na quarta-feira. Ou seja, os pupilos de Mladen Krstajic tiveram 48 horas extra de recuperação.
"Mais do que o resultado [contra a Ucrânia], que não foi o que queríamos, as alterações podem surgir devido ao aspeto físico dos jogadores. Há alguns que correm mais e que têm mais jogos, portanto temos de ter isso em atenção, até porque este adversário jogou dois dias antes de nós, e num particular. Tendo em conta isso e como perspetivamos o adversário, iremos ver qual o melhor onze a apresentar", frisou Fernando Santos na antevisão. É neste contexto que o selecionador português considera algumas mexidas, entre elas a entrada de Rafa, eventualmente para a saída de um dos médios - possivelmente Rúben Neves. Dyego Sousa é a outra cara nova que pode alinhar de início, no lugar de André Silva.
Numa análise global, é evidente que as preocupações do treinador de Portugal sobre o estado físico de alguns dos seus atletas fazem sentido. Com 33 074 minutos de competição nesta época, os prováveis eleitos de Fernando Santos estarão em teórica desvantagem, contra os 27 463 minutos dos que podem dar corpo à estratégia de Mladen Krstajic. A lista dos mais utilizados lusos é encabeçada por Rúben Dias, com 4631 minutos divididos entre I Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga, Champions e Liga Europa, pelo Benfica, e Liga das Nações, apuramento para o Europeu e particulares, na Seleção Nacional. Pizzi, que não deverá ser um dos titulares, é o segundo mais utilizado em 2018/19, sendo que logo a seguir surgem Bernardo Silva (3595") e William (2552"), ambos também em alta rotação.