"Diogo Costa tem muito mérito por estar onde está e tem estado muito bem"
ENTREVISTA, PARTE II - João Virgínia fala a O JOGO sobre Diogo Costa e Kokçu.
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Fez uma primeira metade de temporada a titular no Cambuur, foi muito elogiado e depois deixou de jogar. O que sucedeu?
-O clube estava no último lugar mas, apesar disso, tinha feito bons jogos, cheguei a ser eleito para a equipa da semana, fui várias vezes homem do jogo... Mas chegou um novo treinador, que decidiu trocar de guarda-redes sem uma justificação plausível para mim, e só tenho de respeitar. Acabou por não correr bem a troca mas eu saí do Cambuur de cabeça erguida, porque há coisas que sucedem que saem do âmbito do treino e jogos. Sinto que podia ter dado mais, mas acabou assim. Ainda assim, foi uma experiência muito importante, por jogar mais e numa equipa que me obrigava a estar muito mais em jogo, houve partidas em que cheguei a ter 60/70 ações com bola, para um guarda-redes é muito.
Aos 23 anos, o que lhe falta para se impor, é apenas uma oportunidade de jogar regularmente?
-Sinto que tenho feito tudo ao meu alcance para ter essa oportunidade. Preciso talvez de um bocadinho de sorte para entrar no onze e ficar.
Pertence a uma geração com guarda-redes promissores, como o Diogo Costa e o Maximiliano, os três presentes no Euro"2021 de Sub-21. Até ver, só o Diogo Costa se impôs e é hoje titular no FC Porto e na Seleção. Porquê?
-Passa um pouco por ter uma oportunidade e agarrá-la. O Diogo Costa tem muito mérito por estar onde está e tem estado muito bem, tanto no FC Porto como na Seleção. Ele era o segundo guarda-redes no FC Porto e aconteceu o Marchesín lesionar-se. Agarrou a oportunidade e o treinador manteve a confiança e a aposta nele. Passa muito por aí. Os guarda-redes jovens têm de esperar pelas oportunidades, ao Diogo aconteceu mais cedo. O Max está na Lázio e também há de ter a sua oportunidade, aliás, já teve no passado, jogou no Sporting e no Granada. Eu também espero vir a ter. Mas o Diogo tem sido, sem dúvida, uma boa aposta.
"Kokçu tem qualidade, sentido coletivo e serve bem os colegas"
Na temporada passada, João Virgínia teve a oportunidade de defrontar Kokçu, o reforço mais caro da história do futebol português. O JOGO quis saber que impressões deixou este médio, contratado pelo Benfica, no guarda-redes português. "O campeonato neerlandês está a crescer muito, com a maioria dos estádios cheios. O Feyenoord foi campeão e defrontei-os em Roterdão, num jogo que venceram por 1-0, foi o único jogo que fiz contra o Kokçu. Era uma das referências da equipa, o capitão. Pareceu-me um jogador de grande qualidade, com sentido coletivo e que serve bem os colegas. Penso que é por isso que o Benfica o contratou e o trouxe para Portugal", avaliou o guardião luso.