Deputados continuam a associar o saudita ao homicídio de um jornalista do Washington Post, tal como descrito num relatório das Nações Unidas.
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Os deputados de uma Comissão Parlamentar do Reino Unido voltaram a mostrar-se renitentes à autorização para a venda do Newcastle a um consórcio da Arábia Saudita. O CEO da Premier League, Richard Masters, deu a entender, no entanto, que a transação pode estar prestes a ficar concluída.
A entidade compradora é o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, presidido pelo príncipe Mohammed bin Salman, que por sua vez foi acusado num relatório das Nações Unidas de ter responsabilidades no assassinato de Jamal Khashoggi, jornalista do Washington Post que em outubro de 2018 foi desmembrado na embaixada saudita em Istambul.
Este episódio tem gerado fortes anticorpos a este negócio em Inglaterra, assim como um braço de ferro entre as autoridades sauditas e a Premier League a propósito da transmissão pirata de jogos da competição naquele país asiático.
Na audiência de Masters perante a Comissão de Desporto, Digital, Cultura e Média que esta terça-feira teve lugar no Parlamento do reino Unido, o deputado John Nicholson, do partido SNP, afirmou que, "dada a sua reputação", seria "bizarro" se fosse dada aprovação ao príncipe Mohammed bin Salman para uma participação de 80 por cento no Newcastle.
"O príncipe Mohammed bin Salman esteve envolvido no assassinato de Jamal Khashoggi, que foi atraído para a embaixada da Arábia Saudita e cortado em pequenos pedaços. Se ele fosse aprovado no teste para aquisição de um clube, isso seria humilhante para si, com toda a certeza", afirmou Nicholson, dirigindo-se a Masters.
Masters negou, por sua vez, que a Premier League tenha sido pressionada pelo Governo a autorizar esta transação.