"Decisão sobre a Superliga Europeia é um murro no estômago do futebol europeu e mundial"
A reação de Emanuel Macedo de Medeiros, CEO da SIGA, à sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia a respeito da Superliga Europeia.
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Emanuel Macedo de Medeiros, CEO da Sport Integrity Global Alliance (SIGA), considera que a decisão desta quinta-feira do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) em relação ao diferendo entre a Suerliga Europeia e a UEFA e FIFA é "um murro no estômago do futebol europeu e mundial" e "contrasta com a doutrina europeia e mesmo com a jurisprudência anterior do tribunal com sede no Luxemburgo em relação às competições europeias interclubes, à venda centralizada de direitos e à autonomia do desporto".
"Só o acesso ao acórdão completo e à sua fundamentação permitirá uma análise serena, profunda e objetiva dos méritos desta decisão sem precedentes e das suas potenciais consequências (letais) para o #EuropeanSportModel e para a organização do futebol e do desporto em geral, tal como os conhecemos. No entanto, a título pessoal, não tenho dúvidas: esta decisão do TJCE sobre a #EuropeanSuperLeague vs UEFA & FIFA é um murro no estômago do futebol europeu e mundial, e contrasta com a doutrina europeia e mesmo com a jurisprudência anterior do tribunal com sede no Luxemburgo em relação às competições europeias interclubes, à venda centralizada de direitos e à autonomia do desporto. Definitivamente, nem o Direito é uma ciência exacta nem os acórdãos do TJCE estão isentos de escrutínio. O fim da questão está, portanto, longe de ter terminado. Preparem-se para a ronda 2", lê-se numa nota publicada por Emanuel Macedo de Medeiros nas redes sociais.
O TJUE considerou contrária à legislação europeia a decisão da FIFA e da UEFA de proibirem atletas e clubes de participarem em competições privadas, sublinhando que os dois organismos abusaram de uma “posição dominante” na sua ação contra a criação da controversa Superliga, que foi inviabilizada em 2021 e recuperada em fevereiro de 2023.
O projeto de competição privado e fechado tinha sido lançado em abril de 2021, mas ruiu em apenas 48 horas, perante a oposição proveniente de diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.
Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que continua a ser apoiado pelos espanhóis do Barcelona e do Real Madrid.
O plano regressou em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.