ENTREVISTA (parte 1) Antiga glória peruana relembra os tempos em que jogou no FC Porto, em conversa exclusiva com O JOGO.
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Cubillas representou o FC Porto em quatro temporadas diferentes, mas em nenhuma delas chegou à conquista do título nacional. Agora, a O JOGO, o peruano justifica a ausência de troféus com a qualidade de um dos melhores jogadores portugueses e mundiais de todos os tempos.
"Eu era como o Messi, que também gosta de ter sempre a bola com ele para se divertir."
"Não conseguimos ser campeões, porque nessa altura o Benfica era muito forte. Tinha Eusébio, mas também Torres, Simões e Coluna, entre outros. Tinham uma equipa tremenda, tremenda, enquanto nós estávamos a começar a aparecer", diz, ele que saiu do clube na época de 1976/77, ou seja, na anterior à da conquista portista do bicampeonato de 1977/78 e 1978/79.
"Pouco depois de eu sair começámos a ganhar e conseguimos ganhar muitíssimos campeonatos", afirma, justificando depois a sua fama mundial com os amigáveis traços de caráter que, diz, ainda hoje mantém: "Consegui isso porque sempre fui um jogador muito respeituoso. E amigável. Sou amigo de toda a gente. No campo era o tipo de jogador que desfrutava muito com a bola. Eu queria sempre a bola. Era como o Messi, que também gosta de ter sempre a bola com ele para se divertir."
Durante a sua passagem por Portugal, houve um treinador que o marcou. Um jugoslavo pouco conhecido, mas com um grande impacto na sua vida. "Lembro-me que em Portugal tive um treinador que me marcou muito, que era o Branko Stankovic. Ele conseguiu dar-me uma condição física que eu nunca tinha tido. E foi por isso que consegui fazer 36 golos pelo FC Porto numa época. Nunca tal me tinha acontecido antes na carreira."
"Mandem-lhe [a Pinto da Costa] um grande abraço e felicitem-no por todas as conquistas que ele já teve no FC Porto"
Teófilo Cubillas chegou ao FC Porto em 1973 e saiu em fins de 1976, quando Jorge Nuno Pinto da Costa era diretor para o futebol do clube. "Quando eu lá estive já ele estava também. O presidente era o Américo de Sá e ele era o chefe do departamento de futebol", recorda Cubillas.
"É incrível a quantidade de anos que ele já leva no clube. Se puderem transmitam-lhe os meus cumprimentos, mandem-lhe um grande abraço e felicitem-no por todas as conquistas que ele já teve no FC Porto", acrescentou o histórico jogador peruano, que já recentemente tinha estado com o presidente portista numa homenagem que lhe foi devotada pelo clube, em 2012. "Estive aí há uns anos, fizeram-me uma homenagem e foram dias excelentes que passei", conta agora.
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Segundo garante, o FC Porto é uma das equipas do seu coração: "Há duas equipas na minha vida e por coincidência as duas jogam com as mesmas cores, azul e branco, que é o Alianza Lima e o FC Porto. Lembro-me muito desses tempos em Portugal. Sou um agradecido pela vida que tive. E tenho as melhores das recordações de Portugal."